CHAMA O VAR

Dirigente do Atlético sacou arma para ‘pacificar’ reunião no clube

'Chama o VAR': série do No Ataque e do Estado de Minas recupera clima tenso em eleição no Conselho do Galo em 1979

Os bastidores do Atlético em novembro de 1979 foram marcados por uma situação incomum e carregada de tensão. Durante uma reunião do Conselho Deliberativo, o então presidente do órgão, Marum Patrus, tomou uma atitude drástica sob o pretexto de restabelecer a ordem: sacou um revólver. O foco da discórdia era a disputa pela presidência do clube, polarizada entre os candidatos Elias Kalil e Walmir Pereira.

O No Ataque verificou a história em nosso arquivo. Contamos também com o depoimento de Marcelo Patrus, filho de Marum e um dos sócios da SAF alvinegra atualmente. Os detalhes a gente te conta neste sexto episódio da série especial “Chama o VAR” (vídeo abaixo) e no decorrer da matéria.

O “Chama o VAR” é uma uma série especial do No Ataque e do Estado de Minas que relembra e busca desvendar casos emblemáticos, farsas e curiosidades do futebol mineiro. 

Cenário tumultuado

Uma reportagem publicada em 5 de dezembro de 1979 no extinto Diário da Tarde contextualiza o cenário daquele fim de ano para o Atlético. Em uma reunião anterior ao fatídico caso, o Conselho Deliberativo do clube se encontrou para decidir se alguns conselheiros natos estavam em situação irregular. A sessão virou confusão, com ofensas, tumulto e até tentativas de agressões físicas contra o então presidente do órgão, Francisco José Neves, que deixou o cargo sob forte pressão da oposição.

Em meio à crise, quem assumiu a presidência foi o vice Marum Patrus, delegado de polícia, com a missão de restaurar a ordem no Conselho e conduzir o processo político em meio às ameaças de intervenção e cobranças por novas eleições.

Reportagem do Diário da Tarde publicada em 5 de dezembro de 1979 descreve confusão em reunião do Conselho Deliberativo do Atlético.

Arma na mesa: intervenção inesperada

Com Patrus no comando do Conselho, o cenário inicialmente seguiu tenso, mas o processo eleitoral continuou. Segundo Marcelo Patrus, a disputa pela presidência, que opunha Elias Kalil e Walmir Pereira, era de intensa disputa verbal. Em meio à confusão, o delegado Marum, que tinha porte de arma, tomou uma medida drástica para restabelecer o controle. 

“Nesse dia, estava uma confusão. Então, ele (Marum) tirou o revólver, pôs em cima da mesa e deu um grito. Todo mundo calou e a reunião continuou. Lógico, ele não apontou arma para ninguém”, narra Marcelo.

O gesto bastou para silenciar a sala. A reunião prosseguiu, e o episódio ficou marcado como um dos mais tensos da história política do Atlético. Anos depois, Marcelo Patrus descreveu o momento como “conturbado”.

Na cobertura da imprensa, o jornal Estado de Minas foi direto: “Marum não admite tumulto”.

Com Marum Patrus na presidência do Conselho atleticano, em 1979, a eleição para a presidência do Galo foi realizada. Elias Kalil, o pai de Alexandre, venceu a disputa contra Walmir Pereira.

Eleição realizada

Elias Kalil venceu a eleição e comandou o clube de janeiro de 1980 a dezembro de 1985. Marum Patrus ficou à frente do Conselho Deliberativo por mais de 16 anos, de 1979 a 1996.

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