Nas redes sociais, diversos torcedores do Atlético dizem acreditar que o elenco caiu em nível de 2021 para os dias atuais. Em entrevista concedida no último sábado (7/6), o empresário Rafael Menin, gestor da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Galo, reconheceu carências no grupo, mas discordou da crítica: “Jogadores tarimbados”.
Em 2021, o Atlético viveu a melhor temporada de sua centenária história. Sob a liderança técnica de Hulk, o Galo conquistou o Campeonato Mineiro, o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.
Nos anos seguintes, o que se viu foi uma reformulação progressiva do elenco alvinegro. Na concepção de parte da torcida, muitas reposições às peças daquela temporada deixaram a desejar e não tinham nível semelhante ao dos antecessores.
A opinião foi compartilhada pelo jornalista Beto Guerra, do canal Web Rádio Galo, em pergunta a Rafael Menin na Arena MRV. O profissional alegou, durante questionamento, de que a diretoria do Atlético teria enfraquecido o elenco “ano após ano” depois de 2021.
Rafael Menin discorda de crítica
Em resposta, Rafael Menin discordou da afirmação de Beto Guerra. O empresário do ramo da construção civil mencionou as campanhas do Atlético em 2024 e opiniões de parte da imprensa nacional como argumentos para defender a tese de que o elenco do clube mineiro segue forte.
Além disso, em outro momento, o investidor questionou a formação do jornalista. Menin pediu “mais profundidade” no debate de futebol no Brasil.
Leia a resposta de Rafael Menin ao jornalista Beto Guerra
“Beto, eu respeito a sua opinião, mas eu não posso concordar com ela. É opinião. Em relação aos quatro Hulks, deixa eu recuperar um pouco da minha fala aqui no começo da entrevista: o futebol brasileiro hoje mudou substancialmente. Te falo que hoje, não posso falar nomes, mas o salário do Hulk de 2021, a gente tem no elenco do Atlético meia dúzia de atletas que ganham um salário muito parecido com o que o Hulk ganhava há quatro anos. Isso é o primeiro ponto.
Falar que o elenco vem sendo enfraquecido ano após ano é opinião. Acho que não foi sorte a gente ter chegado na final da Libertadores, ter chegado na final da Copa do Brasil. Não deve ter sido sorte. Deve ter tido algum mérito. De ter sido hexacampeão mineiro, de ter sido o clube que nesse quinquênio foi o terceiro que mais pontuou nas três principais competições.
De fato, o ano de 21 foi um ano mágico. Foi um ano maravilhoso para todo mundo. Mas o ano passado poderia ter sido… Às vezes, uma bola entra. Poderia ter sido um ano tão bom quanto. Em 21, nós ganhamos o Brasileiro e a Copa do Brasil. Poderíamos ter ganho a Copa do Brasil e a Libertadores. Chegamos nas duas finais. Se a bola tivesse entrado, se aquele gol do Vargas tivesse entrado e a gente tivesse ganhado a Libertadores, você manteria a sua afirmação? Pois é, né.
Então, a gente não pode definir um trabalho em função de uma bola que não entrou. O Galo foi eliminado no ano passado na primeira fase da Libertadores e perdeu para o Brasil de Pelotas. Imagina? Perde para o Brasil de Pelotas nas oitavas ou na fase anterior e não passa de fase na Libertadores. Ano terrível. Mas chegar em duas finais, ganhar o Mineiro e ter tido um desempenho muito ruim no Brasileiro, de fato, não dá para cravar que o clube foi piorando ano após ano. Não dá. Eu não concordo com a sua afirmação.
De novo: a gente errou. A gente sempre gosta de ganhar tudo, mas não tem como ganhar tudo. Você tem 10 clubes que estão cada vez mais estruturados, que também querem ganhar, que também investem. Tirando um ou dois clubes que de fato conseguem entrar em todas as competições. ‘Pô, esse clube é favorito’. O que a gente está buscando é estar ali em um bloco de clubes que vai disputar, vai fazer boas competições. Eventualmente vai ganhar uma, vai ser vice de outra. Vai ter um insucesso, vai ser eliminado nas oitavas por um time pequeno. Isso vai acontecer. Mas o trabalho é para que o Galo tenha um time competitivo, forte, um bom elenco.
Agora, ganhar todas as competições, repetir o ano de 21 todos os anos, é impossível. Você cobrar isso da gente… A gente nunca falou que o Galo ganharia tudo. Foi falado que o Galo seria um clube competitivo e que estaria entre os grandes elencos do futebol brasileiro. Eu acho que, nesses quatro anos – e aí não sou eu que falo -, quando começa os campeonatos, a gente vê a imprensa de fora (ESPN, Sportv, TNT). Sempre quando tem aquelas montagens de elenco, o Atlético sempre está como terceiro, quarto, quinto, sexto. Nunca é o décimo elenco. Como não foi também no começo desse ano.
Lá fora, o que a gente escuta é que o Galo tem um bom elenco. Tem os seus problemas. Mas o Galo foi e continua tendo um elenco com bons nomes, com jogadores tarimbados, com histórico recente de muita entrega. Eu realmente não concordo com a sua afirmação que o Galo vem enfraquecendo o elenco ano após ano. E aí tem dados. Qual é a sua formação? Qual a sua formação. Aham. Você nunca estudou futebol não, né? Assim, curso… Pois é.
A gente tem que ter um pouco mais de profundidade para cravar determinadas coisas em relação a finanças, a elenco, tamanho de elenco. Se não tiver muita densidade no debate, fica um debate muito impreciso. Está faltando isso. É culpa do clube. Culpa também da imprensa. Está faltando um debate mais qualificado. Quando a gente tem um debate com mais profundidade, escuta o clube, vem aqui, conversa com o CIGA, conversa com o Paulo (Bracks), com o Victor, eventualmente com um acionista.
Vamos falar um pouco aqui de dívida, de elenco, de estratégia. Eu acho que a comunicação vai chegar para o torcedor de uma forma mais precisa. Eu faço uma mea-culpa. A gente errou muito, aprendeu muito. Ficamos tristes com uma porção de coisas que aconteceu. Eu, como torcedor apaixonado e como acionista da SAF, você não sabe o tanto que dói em mim uma derrota para o Cienciano-PER, para o Botafogo… Terrível. Mas falar que aqui é terra arrasada… Eu acho que não.“
