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Rafael Menin rebate críticas ao CIGA, do Atlético: ‘Não é Fifa no modo carreira’

CIGA é o departamento de análise de desempenho e dados do Atlético; setor é alvo de críticas de parte da torcida

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O Centro de Informação do Galo (CIGA) é, com certa frequência, alvo de críticas de torcedores nas redes sociais. Parte dos alvinegros alegam ineficiência do departamento e criticam nomes indicados para compor o elenco profissional do clube mineiro. Em entrevista concedida na Arena MRV em 7 de junho, o empresário Rafael Menin, acionista da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Atlético, rebateu essas julgamentos: “Não é Fifa no modo carreira”.

O CIGA é o departamento de análise de desempenho do Atlético. Entre as diversas funções do setor, destacam-se a avaliação da performance do time profissional em treinos e jogos, o acompanhamento do rendimento de atletas emprestados e o monitoramento de mercado para identificação de possíveis oportunidades.

Ao contrário do que pensam alguns torcedores, o CIGA não tem poder de decisão no Galo. No início do processo de contratação de um jogador, por exemplo, o departamento costuma fornecer listas de atletas que se enquadram no modelo de jogo do treinador vigente conforme as necessidades apresentadas pelo departamento de futebol – indicando ou reprovando determinado movimento.

“Temos perfil de atleta, idade média. Precisa ter um equilíbrio. Ter alguns da base, trazer um Patrick, que é uma aposta, mas para ter um elenco equilibrado tem que trazer um Rony, um jogador com 29 anos. O que procuramos, de forma muito organizada e com bastante ciência por trás, é equilibrar todos esses pratos”, iniciou Rafael Menin.

“Acertamos sempre? Não. Mas todo movimento de chegada, de saída, de montagem de elenco é feito em meses de trabalho. Vocês falam muito do CIGA. Acho sacanagem chamar de ‘CEGA’, porque são pessoas super qualificadas, com pós-graduação, que moraram fora. São profissionais muito bons”, continuou.

“Profissionais que vivem o futebol o dia inteiro”, garante Menin

O Atlético investiu na contratação de profissionais de alto gabarito para compor o CIGA. Recentemente, o clube perdeu Rodrigo Weber, chefe do departamento, que a partir de agora trabalhará em um clube de Portugal.

“Erraram, acertaram, mas a definição não é sempre deles. Tem comissão técnica, diretor de futebol, é um grupo de 20 pessoas participando dessa montagem de elenco. (…) São pessoas, com defeitos e qualidades, que trabalham durante muitos meses e de forma muito organizada para tentarmos acertar mais do que errar”, frisou Menin.

“Vamos continuar errando, mas espero que esse aprendizado que tivemos nesses cinco anos, espero que os erros diminuam e que os acertos aumentem. O futebol mudou muito. Eu participo de um comitê, é um pedaço da engrenagem. São 20 pessoas e profissionais que vivem o futebol o dia inteiro e que trabalham há anos no futebol, fazem cursos de especialização, pós-graduação, que trabalharam em times dentro e fora do Brasil, com muito know-how acumulado. Agora, ainda assim tem erro? Tem”, complementou.

“Não é Fifa no modo carreira”, diz Menin

O “modo carreira” do jogo de videogame Fifa permite com que o jogador defina os rumos de um clube de futebol – além, é claro, de controlar uma equipe nas partidas. Na modalidade, por meio de operações financeiras simples e negociações relativamente rápidas, é possível contratar atletas de outros equipes.

Rafael Menin fez analogia com o jogo. O empresário do ramo da construção civil assegurou que as decisões não são tomadas no Atlético de forma individual.

“Não é o Rafael Menin jogando Fifa no modo carreira, montando o time: ‘Traz o lateral, o zagueiro’. Definitivamente não é assim que funciona. ‘Os caras não entendem nada de bola’. Talvez não, estamos aprendendo. Mas os bons profissionais que estão dentro do Atlético, este conjunto de pessoas, com metodologia, com processo, estudo, números, estão aí para errar menos e acertar mais”, pontuou.

Reunião entre CIGA, diretoria de futebol do Atlético e Eduardo Coudet, em novembro de 2022 - (foto: Pedro Souza/Atlético)
Reunião entre CIGA, diretoria de futebol do Atlético e Eduardo Coudet, em novembro de 2022(foto: Pedro Souza/Atlético)

“É importante esclarecer. Não é o Rafael, o Rubens, o Ricardo ou o Sérgio que acorda de manhã cedo que fala: ‘Tem um lateral bom em um clube, contrata esse cara’. É muito longe disso. No nível atual do futebol o dia a dia da montagem, da estratégia de elenco, quanto você tem de orçamento, idade média, tamanho médio de elenco, tem uma ciência por trás enorme”, acrescentou.

O Atlético convive com limitações orçamentárias e deve ter uma janela de transferências “tímida” a partir de 10 de julho. A expectativa é de que o clube faça movimentos pontuais no mercado, com poucas chegadas e sem nomes de impacto.

“Conseguimos fazer tudo que queremos? Não. Por restrição de orçamento, que de repente aquele atleta que gostaríamos de trazer por um detalhe não veio. É dificílimo. Mas procuramos acertar mais do que errar e estamos aprendendo todo dia.”

Rafael Menin, sócio da SAF do Atlético
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