
O “casamento” com torcida sempre foi algo essencial na história do Atlético. E para isso continuar, a diretoria tem algumas estratégias com o objetivo de engajar mais os atleticanos no dia a dia.
O tema foi pauta na entrevista coletiva de Rafael Menin, um dos investidores na Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O gestor detalhou como o Galo pensa a precificação dos ingressos de jogos, por exemplo.
Rafael citou a importância de abaixar o máximo possível o valor no setor populares e fazer o contrário em setores “premium” – os melhores no estádio. No entanto, enfatizou a dificuldade em equilibrar a balança, visto que as receitas em dias de jogos foram responsáveis por cerca de R$ 113 milhões (incluindo sócios-torcedores) no ano passado.
O empresário entende que a aproximação do torcedor depende também de outros fatores, como a criação de produtos. Menin revelou que o clube já trabalha em novas estratégias, visando atingir até mesmo aqueles que moram longe de Belo Horizonte e não podem frequentar a Arena MRV com maior constância.

As palavras de Rafael Menin
“Vamos pegar o Galo Na Veia: são cinco categorias de sócios. No jogo contra o Inter, por exemplo, nós temos (tiveram) ingressos a partir de R$ 21, mas no setor mais premium a R$ 150. O nosso trabalho é como nós criamos produtos cada vez mais customizáveis para cada tipo de torcedor do Galo.
Sabemos que ir ao jogo, não só aqui, qualquer estádio do Brasil, sabemos quanto custam os ingressos. O Atlético pratica ingressos na média do futebol brasileiro. Se voltamos cinco, sete anos no tempos e aplicarmos a inflação no período, o valor do ingresso não está muito diferente, está muito parecido.
Mas a medida em que conseguimos alargar essa distância de quem pode pagar, pagar mais caro, para com isso conseguirmos ter um ingresso mais barato, esse é um objetivo dessa gestão. Se colocamos os ingressos muito barato para todo mundo, vocês vão me cobrar porque o elenco não é bom. Mas o tal do matchday é uma fonte importante de receita. Temos que ter um bom matchday, e como fazemos para ter um bom matchday e ainda assim permitir que o torcedor raiz, popular, possa continuar frequentando a Arena MRV.
Nesse ano já tivemos uma evolução nesse sentido. Se pegarmos o primeiro ano da Arena, a partir de agosto de 2023, esse espaço entre o ingresso mais caro e o mais barato era muito menor. No ano passado esse espaço aumentou, isso permitiu com que pudéssemos cobrar mais caro nos ingressos mais nobres e mais barato nos mais populares. Nesse ano alargamos ainda mais essa distância.
Então é ter a criatividade em criar produtos, isso vale para a camisa, vamos ter um patrocinador novo no ano que vem que vai ter três tipos de camisas, com três preços diferentes, ingressos. O Galo tem uma torcida única, apaixonada, 10 milhões de torcedores. E tudo isso aqui tem um único fim, um único objetivo: que é a torcida do Galo. Tem mais nenhum outro objetivo.
Essa paixão maluca que todos nós temos pelo Galo o objetivo é esse. Os jogos, as vitórias, a Arena linda como é a Arena MRV. No fim do dia tudo que é feito é para o torcedor. Nós acertamos em tudo? De forma alguma. Estamos trabalhando, tentando ser criativo, pensando dia e noite para ver como conseguimos proporcionar para o maior número de torcedores possíveis esse convívio, a oportunidade de viver o Galo o máximo possível. Acho que é isso que o torcedor quer.
E tem coisas boas que estamos pensando que virão pela frente. Tem gente que mora no interior, não pode vir aqui no dia de jogo, então como ele consegue viver o Galo no dia a dia sem estar aqui fisicamente. Tem muita coisa que foi feita e muita coisa em gestação para que possamos estar cada vez mais perto, fazer cada vez mais parte dessa torcida que é a mais apaixonada do Brasil.”