
Ídolo do Atlético, o ex-atacante Euller passou por uma situação inusitada em 2004. Naquele ano, ele teve que enfrentar o Galo em um jogo que poderia decretar o rebaixamento do clube à Série B do Campeonato Brasileiro.
Em entrevista ao GaloCast, o ex-jogador relembrou o caso e o pedido para não entrar em campo contra a equipe que tinha tanto carinho. Antes dessa partida, o Filho do Vento já havia defendido o Atlético 1995 e 1997, sendo um dos principais jogadores do time no período.

Quis o destino que o São Caetano, clube de Euller na época, fosse o adversário do Galo na última rodada do Brasileiro. O alvinegro chegou no jogo decisivo em 20º lugar na competição – entre 24 times – com um ponto a mais do que o Criciúma, primeira equipe no Z4.
Os paulistas, por sua vez, estavam na 16ª posição. A equipe havia perdido 24 pontos devido à morte do ex-zagueiro Serginho, que sofreu uma parada cardiorrespiratória contra o São Paulo naquele ano. Neste cenário, Euller pediu ao presidente do São Caetano para que não enfrentasse o Atlético.
“Fui conversar com o presidente, era o último jogo da competição, da possibilidade de não jogar essa última partida justamente por isso, porque não queria ser o protagonista de uma queda, fazer um gol e o Atlético cair, pela história que eu tinha no Atlético. E conversei com ele sobre essa possibilidade de não jogar”, relembrou.
Euller foi “obrigado” a enfrentar o Atlético
O pedido foi em vão. O dirigente explicou que ainda havia expectativa que o clube paulista recuperasse os pontos perdidos e por isso a partida seria importante.
“Porém ele foi bem claro comigo no que diz respeito às possibilidades de o São Caetano ainda reaver os pontos perdidos, porque estava na justiça, essa coisa toda, o São Caetano entrou com recurso para reaver os pontos. E nessa tinha a importância dos três pontos contra o Atlético”, afirmou.
Euller, então, foi escalado como titular, mas substituído após o fim do primeiro tempo. Empurrado pela torcida, o Atlético venceu por 3 a 0 no Mineirão e se livrou do rebaixamento.
“Joguei, nessa hora tem que ser profissional acima de tudo. Entendi perfeitamente, vamos para o jogo, pode contar comigo. Mas eu joguei, com toda certeza, com a cabeça a mil, pensando, ‘meu Deus do céu, não deixa essa bola vir aqui’. Eu saí no primeiro tempo, os caras viram que eu não iria me esforçar. Para mim foi marcante porque ao entrar no campo, pela primeira vez eu ouvi a torcida do Atlético cantando meu nome em um clube adversário”, contou o ex-atacante.
Euller ainda defenderia o Atlético no ano seguinte. Ao todo, o Filho do Vento fez 167 jogos pelo Galo, com 62 gols e um título conquistado: o Campeonato Mineiro de 1995.