Na virada de 2024 para 2025, o Atlético liberou três primeiros volantes no mercado – ainda que um deles tenha atuado na maior parte do ano passado como zagueiro: Rodrigo Battaglia, Paulo Vitor e Otávio. Mas por que o clube não preencheu essa lacuna nas primeiras janelas de transferências desta temporada? A situação foi explicada por Paulo Bracks, CSO do Galo, em encontro com jornalistas na Arena MRV, nesta quarta-feira (25/6).
Rodrigo Battaglia alimentava o desejo de retornar à Argentina, terra natal. O jogador foi negociado com o Boca Juniors.
Paulo Vitor, por sua vez, foi emprestado ao Criciúma. Já Otávio acertou com o Fluminense. Os dois últimos se recuperam de graves lesões, enquanto o primeiro disputou a Copa do Mundo de Clubes da Fifa pelo gigante argentino.
Antes mesmo de liberar Otávio, o Atlético havia acertado as contratações de Patrick Silva e Gabriel Menino junto ao Palmeiras, em negociação que levou o atacante Paulinho ao clube paulista. Ambos os atletas podem exercer a função de primeiro volante, ainda que tenham sido formados como meias de maior chegada ao ataque.
Por que o Atlético não contratou volante após a saída de Otávio?
A situação foi esclarecida por Paulo Bracks, CSO do Atlético. O dirigente explicou que, naquela altura da temporada, comissão técnica e departamento de futebol entenderam que o clube estava “coberto” na posição e, portanto, que não havia a necessidade de uma nova contratação.
Naquele momento, o Galo contava com Fausto Vera, Alan Franco, Rubens, Patrick Silva e Gabriel Menino como alternativas para a função. Os zagueiros Rômulo e Ivan Román, na concepção da diretoria de futebol alvinegra, também poderiam ser improvisados por ali em caso de necessidade.
Com o decorrer das semanas, o cenário mudou. Bracks avaliou a pouca utilização de Fausto Vera pelo técnico Cuca como “processo natural de perda de performance” e também mencionou o menor encaixe ao estilo de jogo do treinador paranaense como fator decisivo para essa perda de espaço.
Além disso, Rubens passou a ser cada vez mais utilizado na lateral esquerda em virtude da ausência do titular absoluto Guilherme Arana por séria lesão muscular. O cenário ideal na posição, em tese, envolveria o acionamento do lateral-esquerdo Caio nestas ocasiões – mas o atleta também não rendeu o esperado.
Nas últimas semanas antes das férias, portanto, Cuca compôs dupla de volantes com Patrick Silva e Alan Franco. Ambos os jogadores têm recebido elogios da torcida, mas o entendimento agora é de que o Galo precisa de um nome com características distintas no setor.
Qual o perfil de primeiro volante buscado pelo Atlético?
O objetivo do Atlético nestes sentido é claro: se reforçar com um atleta que chegue ao clube “com plenas condições de ser titular”. Ainda que a capacidade de investimento seja baixa no momento, o clube não descarta gastar para trazer um jogador da posição.
O departamento de futebol alvinegro identificou a falta de um meio-campista com maior agressividade sem a bola. No atual elenco, apenas Fausto Vera é primeiro volante de origem, mas não tem a “pegada” desejada e é visto internamente como um jogador de estilo mais posicional.
Sendo assim, o futuro reforço deve ter maior capacidade de perseguir o armador ou os atacantes adversários, com bom poder de marcação e preenchimento de espaços. No elenco atual, Rubens é quem mais se aproxima dessas características, mas geralmente é utilizado como segundo volante quando acionado no meio-campo.