O jornalista Fael Lima considerou os episódios dessa terça-feira (22/7) como o dia mais vergonhoso do Atlético nos últimos anos. Em crise financeira, o Galo enfrentou notificações extrajudiciais de jogadores e pedido de rescisão contratual do atacante Rony na Justiça devido a salários atrasados.
Em comentário no programa Alterosa Esporte, nesta quarta-feira (23/7), o influenciador e comentarista fez duras críticas à diretoria alvinegra pelas manchetes negativas que ‘mancharam’ o escudo do Atlético.
“Já tivemos anos difíceis, resultados ruins. Mas passar por essa situação, pelo potencial dos donos do clube, me faz chegar ao dia mais vergonhoso do Atlético nos últimos 20 anos. Não estou aqui para defender jogador ou dirigente. Estou aqui para defender o escudo, que foi arranhado, manchado. Estou aqui para lutar e cobrar satisfação, porque foi vergonhoso esse combo de manchetes envolvendo o Atlético. Dois anos depois de o clube virar SAF, vivemos a semana mais caótica, colocando a SAF como a que mais gera manchetes vergonhosas no Brasil”, disparou.
Fael também cobrou satisfações de Rubens Menin, principal investidor da SAF do Atlético. O integrante da bancada do AE relembrou promessas do dirigente e pediu administração transparente com a torcida.
“Rubens, você disse que, na sua gestão, não deixaria o Atlético ser associado a dívidas, calotes e notícias de falta de pagamento. Você vai participar do treino, vai conversar com os jogadores, mas você tem que ir ao microfone e conversar com o seu torcedor. Vocês perderam a Massa do Galo. A SAF não se comunica com o torcedor. Estamos nessa guerra civil [entre SAF e torcida], mas é preciso encontrar a paz pelo bem do Clube Atlético Mineiro”, opinou.
Terça-feira turbulenta no Atlético
Devido a salários atrasados, o atacante Rony chegou a solicitar na Justiça a rescisão indireta do contrato, mas mudou de ideia após conversa com dirigentes do clube e o técnico Cuca.
O lateral-esquerdo Guilherme Arana e os meias Gustavo Scarpa e Igor Gomes enviaram notificações extrajudiciais a fim de cobrar os valores devidos.
Houve jogadores que não aderiram ao movimento de cobrança. Publicamente, o zagueiro Lyanco e o meia Bernard negaram ter notificado o clube.
Na segunda-feira (21/7), o elenco foi recebido no aeroporto de Confins sob protestos da Galoucura após a derrota por 3 a 2 para o Palmeiras, em São Paulo, pelo Brasileirão.
Na terça à noite, torcedores voltaram a fazer cobranças públicas em faixas penduradas nas sedes do clube e do banco de Rubens Menin, principal investidor da SAF alvinegra.
Em meio à crise, Rubens Menin se pronunciou nas redes sociais. “A confiança se constrói na transparência e no diálogo. A torcida do Galo pode ter certeza de uma coisa: os desafios existem, e estamos enfrentando cada um deles com seriedade e diálogo”, iniciou.
“O dia trouxe informações desencontradas, reações acaloradas e muita especulação. Mas, como sempre, a verdade e o bom senso devem prevalecer. O Atlético tem responsabilidades, e as honra. Tem compromissos, e os cumpre. E tem um projeto de longo prazo sendo construído com trabalho duro, transparência e espírito coletivo”, acrescentou Menin.
Dívida do Atlético
O Atlético admite publicamente que vive um momento financeiro conturbado. Em dezembro de 2024, o endividamento do clube superou R$ 1,4 bilhão.
Neste ano, houve atraso de pagamento de salários aos jogadores do elenco masculino profissional em ao menos quatro meses.
