O comentarista Breiller Pires, da ESPN Brasil, defendeu os protestos dos jogadores e criticou a diretoria da SAF pela crise financeira do Atlético. O jornalista citou o poderio financeiro dos investidores do Galo – Rafael Menin, Rubens Menin, Renato Salvador e Ricardo Guimarães – para considerar absurdo o atraso de salários dos jogadores.
“Atraso de salário numa SAF comandada por bilionário é sacanagem. Isso é uma coisa patética e não pode acontecer em lugar nenhum, mas numa SAF de bilionários, em que tem banqueiro, tem empreiteiro, tem herdeiro de hospital… O atleta olha isso e fala: ‘Pô, a gente recebe pressão toda hora, torcedor vai no CT cobrar, se perde um gol, tem chiadeira, e esses caras estão tranquilos?’. Os jogadores estão fazendo um protesto legítimo contra ricaços que ganham muito dinheiro”, declarou Breiller, nessa quinta-feira, no programa Linha de Passes.
“São quatro ricaços que, neste momento, estão sendo cobrados pelo que prometeram. Esses caras venderam um monte de ilusão na hora de virar SAF. Deem seus pulos, amigos. É nessa hora que o torcedor, e agora passou para jogador, tem de cobrar mesmo. Na hora que foi conveniente, esses caras falaram que não teria mais atrasos de salário, que isso tinha ficado para trás, que o Galo não seria mais aquele clube dos anos de 1990”, acrescentou.
Semana turbulenta do Atlético
O Atlético teve a semana turbulenta devido à crise financeira.
Devido a salários atrasados, o atacante Rony chegou a solicitar na Justiça a rescisão indireta do contrato, mas mudou de ideia após conversa com dirigentes do clube e o técnico Cuca.
O lateral-esquerdo Guilherme Arana e os meias Gustavo Scarpa e Igor Gomes enviaram notificações extrajudiciais a fim de cobrar os valores devidos.
Houve jogadores que não aderiram ao movimento de cobrança. Publicamente, o zagueiro Lyanco e o meia Bernard negaram ter notificado o clube.
Na segunda-feira (21/7), o elenco foi recebido sob protestos da Galoucura após a derrota por 3 a 2 para o Palmeiras, em São Paulo, pelo Brasileirão.
Na terça à noite, torcedores voltaram a fazer cobranças públicas em faixas penduradas nas sedes do clube e do banco de Rubens Menin, principal investidor da SAF alvinegra.
Nessa quarta-feira (23/7), os jogadores treinaram com os bolsos para fora do calção como protestos pelos salários atrasados.
No mesmo dia, Rubens Menin se reuniu com o elenco e estabeleceu um prazo para quitar as dívidas.
