O Conselho Deliberativo do Atlético publicou, nesta sexta-feira (1º/8), um edital no jornal Estado de Minas no qual convoca os conselheiros grande-beneméritos, beneméritos, natos e eleitos para uma nova reunião extraordinária com o objetivo de discutir a redistribuição das porcentagens da SAF e uma proposta para o museu do Galo.
O encontro está marcado para o dia 16 de setembro, na Arena MRV, com a primeira convocação às 18h15, exigindo a presença de dois terços do total de conselheiros. Caso o quórum não seja atingido, a segunda convocação ocorrerá às 19h15, com qualquer número de presentes.
Inicialmente, a reunião estava marcada para segunda-feira (4/8), mas foi cancelada para a inclusão do museu na deliberação.
Museu do Galo
O primeiro item a ser discutido e votado na reunião abordará a criação do museu da Arena MRV:
“Aprovar, nos termos do art. 48º, inciso VII do Estatuto Social do Clube Atlético Mineiro, a participação do Clube Atlético Mineiro como Associado Fundador do ‘Museu do Galo’, pessoa jurídica em processo de constituição. Este museu terá caráter cultural, educacional e turístico, a serviço da sociedade, de seu desenvolvimento e da conservação do patrimônio histórico brasileiro, especialmente aqueles ligados à história e à memória do Atlético.”
Redistribuição das porcentagens da SAF
O segundo tema em discussão será a redistribuição das porcentagens da SAF, com possível aporte de investidores.
“Aprovar, nos termos da solicitação apresentada pelo Conselho de Administração da Atlético Mineiro SAF, a alteração da cláusula antidiluição do Clube Atlético Mineiro. A nova redação exigirá voto afirmativo do acionista Clube Atlético Mineiro apenas em aumentos de capital que impliquem na diluição de sua participação para um percentual inferior a 10% do capital social total da Atlético Mineiro SAF. Será permitida a emissão de ações preferenciais que possam gozar dos direitos econômicos previstos em lei, garantindo ao Clube Atlético Mineiro o direito de veto no que tange às matérias dos parágrafos 3º e 4º, artigo 2º da Lei nº 14.193/2021. Consequentemente, haverá a reforma do acordo de acionistas, estatutos sociais e demais documentos correlatos da Atlético Mineiro SAF, conforme necessário para viabilizar a referida alteração e captação futura, observadas as seguintes condições:
a) Oferta vinculante para aporte na forma primária (via aumento de capital e subscrição de novas ações de emissão da Atlético Mineiro SAF e/ou integralização de ações já subscritas) por eventual investidor de forma direta ou indireta;
b) Que o aporte na companhia seja de, pelo menos, R$ 200 milhões;
c) Independentemente do número de ações ordinárias classe A de emissão da companhia detidas pelo Clube Atlético Mineiro, o referido acionista terá o direito de indicar, pelo menos, dois membros para o conselho de administração.”
Atualmente, a SAF do Galo está dividido da seguinte forma:
- Rubens e Rafael Menin: 41,8%
- Associação: 25%
- Galo Forte FIP: 20,2%
- Ricardo Guimarães: 6,3%
- FIGA (ainda a pagar): 6,7%
O que é a ‘cláusula anti-diluição’?
Há no Acordo de Acionistas a seguinte ‘cláusula anti-diluição’, a ser discutida na reunião do Conselho:
“Matérias de Voto Afirmativo do CAM enquanto possuir, pelo menos, 10% do capital votante ou do capital social da SAF:
- Alienação, oneração, cessão, conferência, doação ou disposição de qualquer bem imobiliário ou de direito de propriedade intelectual conferido pelo CAM ou pessoa jurídica original para formação do capital social da SAF, incluindo a Arena MRV e o Centro de Treinamento;
- Qualquer ato de reorganização societária ou empresarial, como fusão, cisão, incorporação de ações, incorporação de sociedade ou trespasse;
- Dissolução, liquidação ou extinção da SAF; e
- Participação em competição esportiva nos termos do artigo 20 da Lei nº 9.615/1998 ou em qualquer outro campeonato.”
Possível aporte no Atlético
Com altos juros devido à dívida de R$ 1,4 bilhão, o Atlético busca novos investidores para a SAF. O No Ataque soube que o Galo avalia que um aporte da ordem de R$ 600 milhões a R$ 700 milhões seria o necessário para transformar significativamente a vida financeira da instituição.
Caso não encontre um novo parceiro, os atuais gestores podem fazer novos aportes. Se isso não ocorrer, o clube já admite nos bastidores que será necessário baixar a folha salarial do elenco e os custos com o futebol nos próximos anos.
De toda forma, a tendência neste momento é que a associação, que tem 25% da SAF alvinegra, seja diluída em caso de novo aporte.