Reforço do Atlético, Reinier esteve longe dos holofotes do futebol nos últimos anos e gera incerteza dos torcedores alvinegros sobre a posição em que joga. Em entrevista coletiva no último domingo (10/8), após o empate do Galo com o Vasco, por 1 a 1, pelo Campeonato Brasileiro, o técnico Cuca explicou que vê o jogador como um “ponta de lança”. Mas, afinal, o que isso significa?
Trata-se de uma posição que era mais comum no passado. Um atacante que recuava para receber a bola, atrás do centroavante, e armava as jogadas, se lançando como “flecha” e frequentemente marcando gols. Pelé, Zico e Tostão foram alguns dos craques que mais se destacaram como pontas de lança.
A função se diferencia do meia-atacante, que é mais um armador de jogadas e não faz tantos gols. Já o ponta de lança é mais atacante do que meia e frequentemente domina a artilharia das equipes, tabelando com os centroavantes e ainda concedendo assistências.
Ponta de lança no futebol atual
Com as variações táticas no futebol, o ponta de lança se tornou uma posição cada vez mais rara. Por outro lado, os pontas, pela esquerda e direita, fazem parte do elenco de quase todos os clubes. Assim, é importante destacar que tratam-se de duas posições distintas.
Apesar da raridade dos pontas de lança, alguns sobrevivem no futebol brasileiro. Na Europa, a posição é ainda menos comum. O jornalista Rodra, da ESPN da Espanha, inclusive, avaliou que, no Velho Continente, Reinier não conseguiu atuar no setor que estava acostumado, e esse foi um dos motivos da frustração nos últimos anos.
“O Real Madrid contrata um jogador que estava indo muito bem no Brasil, mas cuja função era de ‘segundo atacante’, uma posição que não existe no Real Madrid nem na Europa. Então, adaptá-lo ao futebol europeu era impossível”, disse.
A posição de Reinier no Atlético
Apresentado no Atlético nesta terça-feira (12/8), Reinier avaliou que hoje é um jogador mais completo e pode atuar em diferentes posições. Ele não quis apontar um setor em que se sente melhor.
“Quando fui para a Europa jogava em uma posição. Nesses cinco anos, aprendi bastante a jogar pela beirada, por dentro e de segundo atacante. Estou pronto para ajudar o Galo e o professor. Esse é o mais importante, dar a minha vida em campo. (…) Não tenho nenhum lado preferido, aprendi a jogar pela esquerda, pela direita, por dentro…”, explicou.
Já Cuca destacou que vê o reforço justamente como ponta de lança e explicou a diferença para o “camisa 10 clássico”, função desempenhada por Gustavo Scarpa, afirmando que os dois podem atuar juntos.
“É diferente. O Scarpa é aquele armador de antigamente, quando a gente fala assim entra em conflito com a modernidade de hoje, mas o armador era aquele cara que pifava os outros, que achava o passe milimétrico e era o cabeça pensante do time. Esse é o Scarpa. Vejo o Reinier mais como um ponta de lança, aquele cara que dá umas estocadas, como o próprio nome diz, ponta de lança. Acho que eles podem até, de repente, jogar juntos”, disse o treinador.