FUTEBOL NACIONAL

Dirigente da Galoucura é condenado a 49 anos por morte de torcedor do Cruzeiro

Acusado confessou crime em vídeo enviado por advogados, mas está foragido e não compareceu ao julgamento

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O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) condenou o torcedor do Atlético, Yuri Ramon Pereira de Oliveira, a 49 anos e 7 meses de prisão em regime fechado pelo assassinato de Rodrigo Marlon Caetano Andrade, de 25 anos, e pela tentativa de homicídio contra Paulo Henrique Ferreira. Ambos eram integrantes da torcida organizada Máfia Azul, do Cruzeiro.

A decisão, proferida pelo juiz Luiz Felipe Sampaio Aranha, determina que o réu não poderá recorrer em liberdade. Foi expedido mandado de prisão, mas Yuri segue foragido. Ele não compareceu ao julgamento, realizado nessa quarta-feira (13/8), e enviou um vídeo por meio de advogados confessando o crime.

Segundo a sentença, o acusado recebeu duas penas de 29 anos e 9 meses de reclusão por homicídio duplamente qualificado.

No caso da segunda vítima, que sobreviveu, a pena foi reduzida em um terço, resultando na soma de 49 anos e 7 meses.

Confronto em dia de clássico

O crime ocorreu em 6 de março de 2022, por volta das 11h14, no cruzamento das ruas Lassance e Quiari, no bairro Boa Vista, Região Leste de Belo Horizonte, horas antes do clássico entre Atlético e Cruzeiro, válido pela 9ª rodada do Campeonato Mineiro.

De acordo com a denúncia do Ministério Público, cerca de 50 torcedores das organizadas Galoucura (Zona Leste) e Máfia Azul se enfrentaram com pedras, paus e artefatos explosivos artesanais.

Em meio à confusão, Yuri, que era dirigente da Galoucura, sacou uma arma de fogo e atirou contra os rivais, atingindo Rodrigo, que morreu no Hospital de Pronto Socorro João XXIII, e Paulo Henrique, que foi socorrido e sobreviveu.

Motivo torpe e recurso que impediu defesa

Na decisão, o juiz destacou que o homicídio foi cometido por motivo torpe – caracterizado como crime de ódio ligado à rivalidade entre torcidas – e mediante recurso que impossibilitou a defesa das vítimas, já que o uso de arma de fogo não era esperado em meio ao confronto.

As investigações apontam que, mesmo após os disparos, o acusado continuou no local e chegou a apontar a arma novamente para outros torcedores, desistindo de atirar porque integrantes da própria torcida entraram na linha de tiro.

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