Técnico do Atlético, Jorge Sampaoli trocou mensagens públicas com Evo Morales, ex-presidente da Bolívia. O diálogo político surgiu a partir de uma menção do argentino durante entrevista em La Paz-BOL.
Ele esteve na cidade para comandar o Galo no empate por 2 a 2 com o Bolívar, na quarta-feira (17/9), pela ida das quartas de final da Copa Sul-Americana. Após a partida, mencionou o orgulho de ir ao país de origem do político.
“Jogar aqui é sempre difícil. É a primeira vez que comando um time aqui na Bolívia. Na altura é muito difícil. Mas, bem, pude conhecer a terra de Evo Morales, e isso me deixa muito orgulhoso”, disse, no Estádio Hernando Siles.
O diálogo entre Evo Morales e Jorge Sampaoli
No dia seguinte, Evo Morales agradeceu a Sampaoli pela menção. O boliviano acenou a união com o argentino ao mencionar a “Pátria Grande”, conceito que une a América Espanhola e Latina com o objetivo de unificar politicamente as nações hispano-americanas na luta contra a colonização.
“Irmão da Pátria Grande, companheiro do esporte, Jorge Sampaoli, muito obrigado do fundo do coração pela sua saudação. Expresso meu respeito e admiração por vocês e aprecio profundamente a integração e a união de vocês por meio do esporte. Nosso país sempre os receberá de braços abertos e com muito carinho”, publicou Evo nas redes sociais.
A resposta de Sampaoli e o posicionamento político do técnico
Nesta sexta-feira (19/9), Sampaoli respondeu a Evo e enfatizou a luta pela união dos povos. “Muito obrigado, Evo. A união entre os povos não é uma opção, é uma necessidade de sobrevivência. Ser livres é ser solidário. Obrigado por nos receber”, escreveu, no Instagram.
O treinador do Atlético é declaradamente de esquerda. Na Argentina, demonstrou proximidade ideológica com o peronismo e o kirchnerismo – termo usado para se referir à filosofia política e aos simpatizantes do falecido Néstor Kirchner, presidente da Argentina de 2003 a 2007, e de sua esposa, Cristina Fernández de Kirchner, presidente do país de 2007 a 2015.
Quem é Evo Morales?
Evo Morales foi presidente da Bolívia entre 2006 e 2019. Ele ingressou na política por meio do Movimento al Socialismo (MAS) e venceu a eleição em quatro oportunidades.