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Reinaldo é anistiado e receberá indenização por perseguição política na ditadura

Reinaldo recebeu perdão e indenização de R$ 100 mil da Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania

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A Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania concedeu, nesta terça-feira (2/12) perdão e indenização ao ex-atacante Reinaldo, ídolo do Atlético, por ter sido perseguido pelo regime militar brasileiro (1964-1985).

O colegiado acatou o pedido de anistia por unanimidade. Também foi aprovado o direito a uma indenização de R$ 100 mil. O valor deverá ser pago pelo Estado em uma única prestação.

“A anistia é mais importante do que a reparação financeira. O pedido público de desculpas do Estado pela perseguição que sofri é o que realmente vale,” declarou Reinaldo, bastante emocionado, após a decisão da Comissão.

Perseguição a Reinaldo na ditadura

O reconhecimento transforma Reinaldo em anistiado político quatro décadas após o fim do regime que o monitorou e o assediou devido às suas manifestações contra o autoritarismo.

A comemoração dos gols com o punho cerrado para o alto, gesto associado ao movimento Panteras Negras e de resistência política, era o símbolo disso.

A perseguição também é alegada como um fator que dificultou a trajetória do camisa 9 na Seleção Brasileira. Um exemplo é a não convocação para a Copa do Mundo de 1982, apesar de Reinaldo viver boa fase pelo Atlético – anotou 17 gols em 39 jogos naquele ano.

“Eles transformavam em subversivo o que o governo queria calar. Era uma tática de guerra psicológica. Destruíam a pessoa sem precisar de um tiro ou prisão. Um simples gesto meu e os meus pedidos de volta da democracia foram suficientes para uma campanha gigantesca de difamação contra mim. O objetivo era claro: destruir a minha reputação, prejudicando minha vida pessoal e profissional”, relatou o ‘Rei’, aos prantos, ao lado de Macaé Evaristo, ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Reinaldo com a camisa do Galo

Cria da base do Atlético, Reinaldo subiu ao profissional com 16 anos. Ele vestiu a camisa do Galo entre 1973 e 1985, tendo marcado 255 gols em 475 jogos.

Ainda hoje, é o maior artilheiro da história alvinegra e considerado não só um dos maiores nomes da história do clube, como também do futebol brasileiro e mundial.

Com a camisa preta e branca, o craque conquistou oito Campeonatos Mineiros e vários torneios amistosos na Europa.

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