A estátua do escritor Roberto Drummond, que foi cronista esportivo do Jornal Estado de Minas e era torcedor icônico do Atlético, foi encontrada derrubada na manhã desta segunda-feira (22/12), na Praça da Savassi, localizada na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Conforme apurado pelo No Ataque, a Polícia Militar registrou a ocorrência às 7h30, durante estágio da Operação Natalina. Acompanhados por uma equipe da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte – que informou inicialmente a queda da estátua, durante patrulhamento feito na madrugada -, os militares fizeram busca por imagens de câmeras, que constararam três suspeitos – ainda não identificados – de terem cometido o ato de vandalismo. Eles circulavam no local por volta das 1h30.
O caso agora está sendo investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais, que informou ao Estado de Minas que apura os fatos, mas que, por enquanto, nenhum suspeito foi conduzido para a delegacia. Em contato com o jornal, a Secretaria Municipal de Cultura esclareceu que enviou a estátua para Leonardo Santana, artista responsável pela obra, que avaliará como será feita a restauração e a reinstalação do monumento.
Vandalismo não é inédito
Em 2022, a estátua de Roberto Drummond também foi vandalizada – na ocasião, um homem a pixou com spray, forçando a retirada dela da Praça da Savassi. Restaurada, a imagem havia voltado ao local em 2023.
A escultura de bronze em homenagem ao escritor foi inaugurada pela Prefeitura de Belo Horizonte em 2008.
Roberto Drummond era apaixonado pelo Atlético
Natura de Ferros, no interior de Minas Gerais era torcedor fanático pelo Atlético e é autor de uma das frases mais famosas entre torcedores do clube: “Se houver uma camisa branca e preta pendurada num varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento”.
Em seus contos e crônicas, Roberto frequentemente exaltava a paixão dele pelo Galo e pela cidade de Belo Horizonte. Em 2001, pouco menos de um ano antes da morte, Drummond foi agraciado com o prêmio Galo de Prata, honraria oficial do clube alvinegro dada a torcedores ilustres. O jornalista morreria no ano seguinte, aos 68 anos, vítima de problemas cardíacos.
Em 2007, foi lançado o livro póstumo “Uma paixão em preto e branco”, que reúne as melhores crônicas do autor sobre o Atlético.
Para além da paixão por futebol e pelo Galo, Roberto teve extensa trajetória na literatura e ganhou o Prêmio Jabuti de Autor Revelação com a obra “A morte de D.J, em Paris”, em 1975. O maior sucesso dele é o romance Hilda Furacão (1991), que chegou a ser adaptado para uma minisséria na Rede Globo pela famosa autora de novelas Glória Perez.