Por Luciano Trindade
A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar a denúncia de espionagem no Corinthians. No início deste mês, uma varredura determinada pelo recém-empossado presidente do clube, Augusto Melo, encontrou equipamentos que supostamente monitoravam a sala do dirigente e também instalações utilizadas pelas categorias de base da equipe alvinegra.
Reportagem da Folha de S.Paulo publicada no último dia 10 revelou a presença de câmeras e escutas encontradas no andar em que fica o gabinete da presidência. Local fica no Parque São Jorge onde ocorrem reuniões com outros dirigentes e conselheiros do clube.
Em nota, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que foram apreendidos uma câmera e um gravador do tipo DVR, ambos encontrados na sede do clube. Os equipamentos foram encaminhados para o IC (Instituto de Criminalística) e estão sendo periciados.
De acordo com um relatório apresentado pelo clube, no entanto, a varredura nas instalações foi feita pela empresa KGB encontrou três sensores de movimento com câmeras escondidas no interior de cada um deles. O documento cita que os sensores foram adulterados para a colocação das câmeras.
Também foram achados aparelhos na recepção do quinto andar do prédio administrativo. Além disso, uma câmera ocultada foi encontrada em uma sala de reunião no CT da base. O item de espionagem no espaço destinado aos garotos do clube estava conectado a um gravador DVR, armazenando o que era gravado pelo aparelho instalado.
Casos de espionagem dentro do Corinthians
Dois boletins de ocorrência sobre o caso foram registrados. O primeiro foi feito pelo antecessor de Augusto, o ex-presidente Duilio Monteiro Alves. Depois, o departamento jurídico do clube também acionou a polícia e entregou os equipamentos que a atual gestão diz ter encontrado.
Quando questionado pela reportagem sobre a descoberta do esquema de espionagem, o clube confirmou a informação e, em nota curta, disse apenas que “a nova administração do Corinthians lamenta, mas não se surpreende com o ocorrido”.
Já Duílio disse não acreditar que equipamentos desse tipo estivessem na sala ocupada por ele durante seu mandato. Mas completou dizendo que, caso algum equipamento estivesse na sala, o alvo da espionagem era ele.