O presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, rebateu a declaração do técnico Mano Menezes, que disse que a SAF no Brasil “oficializou o calote”. O dirigente celeste explicou que 85% dos credores vão receber valores integrais em no máximo três anos.
“Lembro que esses profissionais que ganham mais no Cruzeiro falavam assim: ‘presidente, não dói em mim, dói é o jardineiro que ganha pouco e não está recebendo’. Vários falavam isso. Essa lei vem para atingir essas pessoas”, iniciou Sérgio, em entrevista à TV Band.
“Na recuperação judicial do Cruzeiro, quem recebe até 150 salários mínimos vai receber integralmente seu crédito no prazo máximo de três anos. Vinte mil reais será no prazo de seis meses. Eu estou pagando 85% dos credores, isso que me espanta. O próprio Mano Menezes que era tão preocupado com quem ganha pouco devia estar feliz com quem ganha pouco está recebendo tudo agora em vez de estar brigando como diversas outras pessoas na Justiça do Trabalho para bloquear bens. E essas pessoas não têm dinheiro nem para ter advogados”, disse Sérgio.
“Então, a lei é correta por tratar os desiguais de forma desigual. Quem ganha mais como o Mano Menezes e alguns outros jogadores têm um desconto maior justamente porque possuem uma reserva maior. E os que ganham menos chegaram a ter desconto zero, recebendo em prazo menor e sendo corrigido. A lei promove justiça social e isso é importante dizer. Entendo o Mano porque ele perdeu parte do que teria que receber sim, mas o deságio é aplicado naqueles que tem que receber mais”.
Reclamação de Mano Menezes
O técnico Mano Menezes disse em entrevista ao programa ‘Domingo com Benja’, da CNN Brasil, que a SAF no Brasil foi a oficialização do calote.
“A SAF no Brasil é uma vigarice, assume o ativo, mas não assume o passivo. Esse é o melhor negócio do mundo, você só assume o futuro, o passado você não assume. Tem mais um agravante: esse clube entrou com pedido de recuperação judicial, e foi concedida a recuperação judicial, então os credores vão ficar esperando a banda passar por 15 anos, 20 anos, 30 anos para receber, eu acho isso a oficialização do calote”, afirmou.
