O meio-campista José Cifuentes, anunciado pelo Cruzeiro nesta quarta-feira (7/2), aumentará a legião de jogadores equatorianos da história do clube. Emprestado pelo Rangers, da Escócia, até dezembro de 2024, o atleta de 24 anos será o sexto equatoriano a passar pela Toca da Raposa 2.
Cifuentes lidará com grande desafio na equipe celeste. O volante, que chega cercado de boas expectativas por ter representado seu país na Copa do Mundo de 2022, tentará superar as más impressões deixadas pelos compatriotas no Cruzeiro.
Dos cinco equatorianos já conhecidos pela torcida cruzeirense, apenas Guerrón teve passagem razoável por Belo Horizonte. O meia-atacante não deixou saudades, mas também não apresentou números ruins.
Equatorianos que passaram pelo Cruzeiro
Ulises de La Cruz (1999)
Ulises de la Cruz foi o primeiro equatoriano do Cruzeiro. O lateral-direito tinha 25 anos quando foi contratado pelo clube para disputar o Campeonato Brasileiro de 1999. À época, ele chegou a BH depois de três temporadas em alta na LDU. Ele também defendia a Seleção do Equador desde 1995.
Mesmo já credenciado no futebol, Ulises decepcionou com a camisa do Cruzeiro. O defensor até fez um gol nos 13 jogos que disputou, mas o rendimento do atleta não convenceu a diretoria a exercer a opção de compra dos direitos econômicos.
O único tento anotado por De la Cruz foi no triunfo por 2 a 1 sobre o Vitória, pelo Torneio Seletivo da Copa Libertadores.
Apesar do insucesso no Cruzeiro, o lateral-direito se deu bem no futebol europeu, sobretudo na Inglaterra, onde jogou por quatro temporadas no Aston Villa.
Giovanny Espinoza (2008)
Giovanny Espinoza deu sequência aos passos de De la Cruz em 2008. O zagueiro já era experiente quando foi anunciado pelo Cruzeiro. Aos 30 anos, carregava no currículo duas participações em Copas do Mundo (2002 e 2006) e duas na Copa América (2004 e 2007).
Devido à bagagem internacional, Espinoza assumiu a titularidade no Cruzeiro já nos primeiros dias e fez parte do time campeão do Mineiro daquele ano. Embora tenha conquistado uma taça, ficou lembrado pela pouca velocidade por e ter colecionado falhas individuais no Brasileirão.
Ele foi sacado da equipe titular por Adilson Batista, que não conseguiu suportar a pressão interna pelos ‘vacilos’ do defensor. O então treinador do Cruzeiro terminou a reta final do Série A com Thiago Heleno e Léo Fortunato na zaga.
Espinoza marcou três gols em 48 jogos pelo Cruzeiro. Ele se aposentou em 2014, aos 37 anos, após defender o Deportivo Quito.
Fidel Martínez (2008 a 2009)
Fidel Martínez esteve no Cruzeiro na mesma época de Espinoza, mas não chegou a jogar no time principal. Ele teve bons momentos na base.
O equatoriano deixou a Raposa em 2009 após decisão da diretoria mineira. A saída do jogador teria sido motivada pelos atos de indisciplina fora dos gramados.
Hoje aos 33 anos, Fidel soma mais de 100 gols na carreira – a maior parte por Tijuana, do México (29 em 104 jogos), e Barcelona, do Equador (35 em 72 jogos).
O meia-atacante ainda jogou vários torneios pelo Equador, como a Copa do Mundo de 2014 e a Copa América em 2015, 2016 e 2021.
Guerrón (2009 a 2010)
Guerrón foi contratado pelo Cruzeiro com status de promessa do futebol sul-americano, pois havia conquistado a Copa Libertadores pela LDU em 2008. Ele veio do Getafe, da Espanha, em julho de 2009.
O estilo ousado de pegar a bola e partir para cima dos adversários empolgou a torcida num primeiro momento. Mas a queda de rendimento na sequência da passagem do velocista passou a gerar incertezas com relação à sua permanência.
Apesar do desejo de ficar em Belo Horizonte, Guerrón não teve os direitos econômicos, avaliados em 2 milhões de euros, adquiridos pelo Cruzeiro. A diretoria queria manter o atleta somente em novo empréstimo.
Guerrón deixou o Cruzeiro com cinco gols em 29 jogos. Posteriormente, transferiu-se para o Athletico-PR, pelo qual teve bom desempenho e caiu nas graças da torcida. No Furacão, contabilizou 28 gols em 82 partidas.
O ponta jogou em bom nível na China e no México antes de retornar ao seu país, no Barcelona de Guayaquil, em 2018. Foi nessa época que Guerrón, aos 33 anos, aposentou-se dos gramados.
Caicedo (2017)
Caicedo gerou ‘dor de cabeça’ ao Cruzeiro. O zagueiro foi contratado ainda na administração do ex-presidente Gilvan de Pinho Tavares, em dezembro de 2016. À época, o clube se comprometeu a pagar R$ 1,6 milhão de dólares em 60% dos direitos econômicos do atleta.
Contudo, o Cruzeiro ficou devendo ao Independiente del Valle, que acionou a Fifa. Os equatorianos cobravam 3,33 milhões de dólares (R$ 10,7 milhões na cotação da época). Sem quitar o débito, a Raposa foi punida pela entidade máxima do futebol e ficou impedida de registrar jogadores até regularizar a situação.
Dentro de campo, Caicedo atuou em 24 partidas, não marcou gols e levou quatro cartões amarelos na temporada 2017. Fora dele, viveu um drama familiar. Carmen Medina, mãe do defensor, lutou contra um câncer pulmonar, mas acabou falecendo.
Por essa razão, o Cruzeiro facilitou a transferência do jogador para o Barcelona, onde pôde estar em casa, já que é natural de Guayaquil, acompanhando de perto a luta da mãe. Ele retornou a BH em 2018, mas o clube celeste preferiu liberá-lo, demonstrando desinteresse em manter qualquer vínculo.