Prática muito comum entre os clubes tradicionais brasileiros nas últimas décadas, a disputa de torneios internacionais amistosos perdeu força na atualidade. Contudo, um deles foi marcante para o Cruzeiro. Há exatamente 30 anos, brilhou a estrela de Ronaldo Nazário com a camisa estrelada na conquista da Copa Tóquio Dome, no Japão, em 1994.
Em 11 de fevereiro daquele ano, o Cruzeiro venceu o anfitrião Jubilo Iwata por 3 a 1, no estádio Tokyo Dome, em jogo marcado pela grande exibição do Fenômeno. O atacante, que despontava para o futebol mundial como a maior revelação da base celeste, anotou um ‘hat-trick’.
O primeiro gol do Fenômeno saiu logo aos 2 minutos do primeiro tempo, após grande jogada individual de Cleison. O camisa 10 da Raposa driblou o marcador na ponta direita e cruzou para dentro da área. Ronaldinho, como ainda era chamado, se antecipou ao zagueiro e mandou no canto direito do goleiro.
O segundo tento do centroavante foi anotado aos 31’. Zelão fez boa ultrapassagem pela lateral esquerda, tocou para Roberto Gaúcho, que encontrou Ronaldo na área. O camisa 9 do Cruzeiro precisou de duas tentativas para marcar. Na primeira, parou no goleiro, mas não desperdiçou o rebote na sequência.
- Leia também: Acesse a página do Cruzeiro no portal No Ataque e fique por dentro de todas as notícias do dia!
Ronaldo deu números finais à vitória celeste aos 11’ da etapa final, quando estava 2 a 1 para o Cruzeiro. Ele anotou um verdadeiro ‘hat-trick’ perfeito ao marcar de cabeça em nova assistência de Roberto Gaúcho.
O time titular do Cruzeiro foi escalado por Nelinho com William Andem; Paulo Roberto, Célio Lúcio, Luizinho e Zelão; Ademir, Douglas, Cleison e Macalé; Ronaldo e Roberto Gaúcho.
Repercussão do ‘show’ de Ronaldo no Estado de Minas
O ‘show’ do jovem de 17 anos no Japão ganhou repercussão na edição impressa do jornal Estado de Minas do dia 11 de fevereiro de 1994. O jornalista Gilberto Santana, enviado a Tóquio, destacou o triunfo celeste em um bloco com o título: “Ronaldo brilha na despedida”.
“Com uma apresentação empolgante de Ronaldo, eleito o melhor em campo, o Cruzeiro despediu-se do Japão com uma vitória de 3 a 1, sobre o Jubilo Iwata, no Tokyo Dome Stadium. Quarenta mil torcedores, que proporcionaram uma renda de U$$ 1,6 milhão, aplaudiram as jogadas do artilheiro, autor de três gols do time brasileiro”, disse o primeiro trecho.
8 de fevereiro de 1994 – chegada do Cruzeiro a TóquioFoto: Acervo do Estado de Minas
10 de fevereiro de 1994 – Cruzeiro empatou na estreia
11 de fevereiro de 1994 – Ronaldo brilha contra o Jubilo Iwata
12 de fevereiro de 1994 – Japoneses querem Ronaldo
A reportagem ainda citou que a vitória serviu para amenizar o ambiente na delegação do Cruzeiro. O então presidente César Masci autorizou a folga aos jogadores durante o Carnaval. Entretanto, os brasileiros não puderam deixar o país no dia seguinte devido ao fechamento do aeroporto, que estava com excesso de neve.
Participação do Cruzeiro na Copa Tokyo Dome
A mini-excursão do time estrelado terminou com dois troféus. Antes de duelar com o Jubilo Iwata, o Cruzeiro mediu forças com o Yomiuri Verdy e ficou apenas no empate por 1 a 1, em 10 de fevereiro. Os atletas alegaram cansaço da viagem de mais de 12h de Los Angeles, nos Estados Unidos, a Tóquio.
O jornalista Gilberto Santana publicou no Estado de Minas que o Cruzeiro só ficou com a taça que estava em disputa contra o Yomiuri por ser o visitante. A Tokyo Dome Corporation, patrocinadora da excursão do time à Ásia, optou pela premiação.
O Cruzeiro jogou com Dida; Paulo Roberto, Célio Lúcio, Luizinho e Zelão; Ademir (Careca), Douglas e Luiz Fernando (Macalé); Cleisson, Ronaldo e Roberto Gaúcho.
Japoneses demonstraram interesse em Ronaldo
As atuações de Ronaldo no torneio amistoso chamaram a atenção do Yomiuri Verdy. Após a partida com brilho do atacante, contra o Jubilo, o presidente Makoto Hosada pediu aos assessores do clube para fazerem contato com o Cruzeiro. “Quero conhecer o Ronaldo. Tragam ele aqui em meu escritório”, disse.
Contudo, as conversas do time japonês com a diretoria do Cruzeiro foram rápidas e não tiveram sequência nos dias seguintes à viagem.
