Antes de iniciar sua trajetória de sucesso no gol do Cruzeiro, Raul Plassmann passou brevemente por Athletico Paranaense, Coritiba, São Paulo e Nacional-URU. A falta de estabilidade na carreira fez o ex-camisa 1 pensar em desistir do futebol quando foi vendido ao clube celeste em 1965.
Em entrevista ao Charla Podcast, o antigo goleiro relembrou detalhes da negociação que o levou à Raposa. Pela equipe mineira, Raul venceu a Taça Brasil de 1966, a Copa Libertadores de 1976 e dez edições do Campeonato Mineiro.
“Eu fiquei dois meses no Uruguai e me colocaram de volta em um ônibus para Curitiba, depois São Paulo. Lá estavam de greve, há dois meses sem receber. O negócio era muito amador. Quando entrei no São Paulo para me reapresentar, o Aymoré Moreira (ex-treinador) perguntou quem eu era. Eu disse que era o Raul, e ele me disse que eu já estava vendido para o Cruzeiro”, explicou.
“Nem treinei. Cheguei no vestiário, troquei de roupa, e me entregaram uma passagem para ir para Belo Horizonte. Saí e disse que ia para Curitiba, ir embora para casa. Eu trabalhava em um banco e estava de licença. Quando expliquei a situação para o Pagão (atacante do São Paulo à época), ele [ficou incrédulo]. ‘Você quer jogar futebol ou quer ficar em um banco correndo de lá para cá, tocando campainha? No futebol você viaja o mundo, trabalha ao ar livre, cuida da sua saúde, se exercita. Você está louco? Vai deixar essa vida para trabalhar 30 anos em um banco?’. Aí ele pegou o motorista da van e disse ‘você vai ver ele entrar no avião (para Belo Horizonte)’. Não me deixou ir para Curitiba. Aí comecei minha história no Cruzeiro.”
Raul Plassmann
Trajetória de Raul no Cruzeiro
Quinto jogador que mais vezes vestiu a camisa do Cruzeiro, Raul defendeu o clube em 557 jogos entre 1965 e 1977. Depois, foi técnico do time celeste em oito jogos em 1987 – cinco vitórias e três empates. Por fim, trabalhou durante uma década no departamento de comunicação da Raposa. Ele foi desligado do cargo em janeiro de 2020.