Durante o programa Boleiragem, do SporTV, os apresentadores Roger Flores e Caio Ribeiro detonaram as escolhas do técnico do Cruzeiro, Nicolás Larcamón, na montagem do time para o clássico contra o Atlético, pela primeira partida da final do Campeonato Mineiro. O jogo foi disputado na Arena MRV, no último domingo (31/3), e ficou empatado por 2 a 2.
Roger Flores disse que o treinador argentino deveria ter mantido o esquema tático do Cruzeiro, que vinha jogando com uma linha de quatro na defesa, mas iniciou a final com três zagueiros. O ex-atleta celeste ainda afirmou que o Atlético poderia ter encerrado o primeiro tempo com um placar ainda mais dilatado e questionou a demora de Larcamón em mexer no time.
“O Atlético tomou conta e teve muita facilidade no primeiro tempo, teve chance de fazer quatro e não fez. E falo o que eu vi da partida, não sei se vocês pensam da mesma forma que eu: o Cruzeiro (antes da partida) tinha um time mais equilibrado, mais entrosado, mas não tem nenhuma estrela, não tem Hulk, nem Paulinho, mas é um time operário, coletivo. E o Larcamón, para este jogo, (…) imaginando que o Atlético viria com três zagueiros, muda também, ele também tira um jogador do meio para colocar o terceiro zagueiro, coisa que ele tinha feito uma vez, o time não foi tão bem e ele manteve estrutura de uma linha de quatro”, iniciou Roger.
“Falei no pré-jogo: se tem um time entrosado, com coletivo, que faz o feijão com o arroz direitinho, você vai jogar na casa do adversário, um time pressionado, que não consegue desenvolver seu futebol, com um treinador chegando e fazendo alterações, como você entra em campo contra esse time? Na sua zona de conforto. Se o meu time está equilibrado, deixa eu ver o que vai acontecer do outro lado, vou jogar em cima do desequilíbrio deles. Quando você muda, você também desequilibra a sua equipe”, acrescentou.
Apesar da crítica, Roger elogiou a mudança feita por Larcamón no segundo tempo. “Lacarmón demorou a consertar, porque com 20 minutos estava muito claro que o Atlético estava passeando em campo, ele poderia estancar o problema. Mas também tem que ser justo, porque no segundo tempo ele coloca o Zé Ivaldo, e manteve a linha de três, mas deu mais comando, eles (zagueiros) começaram a dar botes na frente, a cobertura estava mais definida, tinha mais qualidade porque avançou Zé Ivaldo e João Marcelo e preencheu o meio-campo”.
Zé Ivaldo
Para surpresa de muitos torcedores, o técnico Nicolás Larcamón deixou o zagueiro Zé Ivaldo no banco de reservas na partida contra o Atlético. Lucas Villalba foi o substituto e mostrou um desempenho bem abaixo do esperado.
No segundo tempo, Zé Ivaldo entrou e ajudou a mudar o panorama da partida. O Cruzeiro perdia por 2 a 0, mas conseguiu o empate.
Caio Ribeiro questionou a escolha de Larcamón para começar a partida.
“O Zé Ivaldo não pode ficar fora desse time. Ele é um zagueiro experiente, chega na hora que tem que chegar, dá qualidade na saída de bola. Não é só desfazer o sistema, é tirar o melhor jogador. Eu acho que foi uma punição disciplinar, ele foi expulso, toma muitos cartões”, disse Caio.
“Mas aí você não está punindo o atleta, está punindo o time”, destacou Roger Flores.