Diretor de futebol do Cruzeiro, Pedro Martins disse nesta terça-feira (9/4) que a decisão de demitir o técnico Nicolás Larcamón foi tomada antes mesmo da final do Campeonato Mineiro. A cúpula da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) celeste reconheceu que não houve conexão entre o projeto esportivo proposto e o resultado entregado.
“Com relação ao Nico (Larcamón), queríamos um treinador de liderança, jovem, ambicioso, que se conectasse a outras partes do mundo, queriamos um profissional com experiência em competição sul-americana. Ele preenchia os requisitos, mas o desafio foi fazer essa conexão. Seria necessário um esforço dos dois lados, do clube, do treinador, para identificar a forma de trabalho”, iniciou Pedro Martins.
“Houve um esforço grande dos dois lados. A partir do momento em que identificamos essa distancia, foi um ato falho. ‘Vamos insistir, quem sabe funciona, quem sabe dá certo’. Insistir para chegar à conexão. Quando identificamos uma distância entre o que era o método da comissão e o do Cruzeiro, ficamos no dilema. Antes da final, estávamos com a decisão pronta de não dar seguimento ao trabalho. Não víamos mais perspectiva. Foi uma decisão dura, difícil, pois identificamos um potencial, mas não houve conexão. Por isso foi tomada a decisão do desligamento. E por isso trouxemos o (Fernando) Seabra”.
Pedro Martins, diretor de futebol do Cruzeiro
Antes de decretar a saída do técnico, a diretoria teve várias reuniões com a comissão de Larcamón. Contudo, o entendimento celeste foi de que não houve nenhuma perspectiva de que os processos mirados pelo Cruzeiro seriam alcançados.
“A gente teve muita conversa para tentar construir. Não dá para falar de um momento, porque foram muitas conversas. Teve muito esforço dele para integrar. Qualquer esforço adicional não é positivo”, finalizou.
Demissão de Larcamón
O resultado na final do Campeonato Mineiro – derrota por 3 a 1 para o Atlético, no Mineirão – só acelerou a saída do técnico argentino. Esse foi o segundo fracasso do treinador em menos de quatro meses à frente do clube.
Ele não conseguiu classificar o Cruzeiro para a segunda fase da Copa do Brasil. Maior campeão da competição, o time foi eliminado pelo modesto Sousa, no estádio Marizão, em Sousa, na Paraíba, pela primeira etapa. Os celestes perderam por 2 a 0, em 21 de fevereiro.
Para o lugar de Larcamón, a diretoria do Cruzeiro apostou em um velho conhecido: Fernando Seabra, com passagem pelas categorias de base e a comissão técnica do time profissional da Raposa.