CRUZEIRO

Pedro Martins se despede do Cruzeiro e cita maior orgulho no clube

Acertado com o Vasco, Pedro Martins publicou uma mensagem de despedida do Cruzeiro; diretor estava na Raposa desde 3 de janeiro de 2022
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Pedro Martins publicou uma mensagem de despedida para o Cruzeiro nesta sexta-feira (26/4). O ex-diretor de futebol da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) celeste aceitou o convite para assumir a mesma função no Vasco. 

Durante o texto de despedida, Martins listou algumas dificuldades encontradas pela diretoria da SAF. Ele afirmou que o Cruzeiro foi completamente devastado pelas gestões anteriores e a realidade destoava da história construída ao longo dos anos.

“O clube que encontramos dentro das Tocas da Raposa 1 e 2 não representava o tamanho e a história desta instituição. O descaso com a estrutura e a gestão, a falta de respeito com os funcionários e a ausência de perspectiva futura nos assustaram tanto quanto o tamanho da dívida que foi deixada. Mesmo que de maneira informal e com uma série de ‘incêndios’ para apagar, em janeiro de 2022 foi feito um pacto: reconstruiríamos o clube através da premissa de que ninguém destruiria o Cruzeiro novamente, nunca mais”.

– Pedro Martins, ex-diretor de futebol do Cruzeiro

O dirigente estava no Cruzeiro desde 3 de janeiro de 2022 e montou o elenco que foi campeão da Série B do Campeonato Brasileiro daquele ano. Além disso, teve influência direta na equipe que conquistou uma vaga à Copa Sul-Americana em 2023. 

Ele foi o primeiro e único diretor de futebol da ‘era Ronaldo’ no Cruzeiro. Paulo André assumiu a função interinamente até a escolha de um novo profissional. 

Íntegra da despedida de Pedro Martins no Cruzeiro

“Quando fui convidado por Ronaldo, Paulo André e Gabriel Lima para trabalhar no Cruzeiro me senti extremamente honrado e desafiado pelo cenário que nos esperava.

O clube que encontramos dentro das Tocas da Raposa 1 e 2 não representava o tamanho e a história desta instituição, o descaso com a estrutura e a gestão, a falta de respeito com os funcionários e a ausência de perspectiva futura nos assustaram tanto quanto o tamanho da dívida que foi deixada. Mesmo que de maneira informal e com uma “série de incêndios” para apagar, em Janeiro de 2022 foi feito um pacto: reconstruiríamos o clube através da premissa de que ninguém destruiria o Cruzeiro novamente, nunca mais. O respeito ao tamanho do clube viria por meio de sua organização, a ambição seria construída com responsabilidade financeira e racionalidade administrativa, o orgulho e a honra da nação azul não seriam mais impactados por páginas policiais.

Colocar este objetivo no papel é relativamente fácil, este discurso é até bonito para os apaixonados e para a imprensa. Ele conecta, engaja e inicialmente até gera sócios torcedores. Executar esta tarefa exige uma resiliência tremenda, um desprendimento de interesses pessoais e conectar gente absurdamente competente. A beleza do futebol está na paixão, na instabilidade e no imponderável deste jogo. Por mais contraditório que seja, estamos sempre buscando uma resposta certa para a vitória, o caminho mais curto para o sucesso ou remédio rápido para diminuir a dor.

Dentro das incertezas que apareceram durante todos estes anos, sofrendo com a dor de derrotas e eliminações, optamos sempre pela beleza do futuro. A sustentabilidade deste clube é o único caminho possível para o sucesso constante.

O ato de seguir um orçamento, de investir no longo prazo e de sempre brigar com a realidade financeira é um gesto de respeito ao Cruzeiro. O fato de priorizar o investimento em infraestrutura, de proporcionar condições similares de trabalho para todas as categorias de futebol do clube e recuperar a motivação no ambiente de trabalho, é um gesto de respeito às pessoas. As palavras projeto, processo e planejamento já foram mal interpretadas algumas vezes no futebol, mas não há nada mais poderoso do que gente competente trabalhando em prol de um sonho em comum. Isso nós conseguimos construir, fato raro nesta indústria imediatista.

A união de vidas, de crenças e valores fez com que o Cruzeiro conseguisse derrotar adversários que vão além do campo, ela modernizou pensamentos, quebrou paradigmas e diminuiu o abismo financeiro que existe perante os competidores. É inegável que esta trajetória teve erros e aprendizados fundamentais, o conforto é que este conhecimento fica dentro da Toca da Raposa. Não há nada mais forte do que uma instituição que aprende e ensina, isso vai além de nós passageiros.

Estou de saída para um novo clube, mas gostaria de agradecer a oportunidade de ter tido o Cruzeiro na minha vida. Não sinto orgulho somente pelas conquistas desportivas, mas por entender que me entreguei de corpo e alma a uma história sensacional”.

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