O Cruzeiro divulgou, nesta quarta-feira (16/5), o balanço financeiro da SAF temporada 2023. O clube registrou receita bruta de R$ 243,8 milhões e reduziu a dívida em R$ 365 milhões em relação ao ano anterior.
Os R$ 243,8 milhões superaram em R$ 93,4 milhões o faturamento de 2022 (R$ 150,4 milhões) – um aumento de 62%.
Em 2023, o Cruzeiro viveu períodos de instabilidade, principalmente na segunda metade da temporada, quando o desempenho em campo caiu e a permanência na Série A do Campeonato Brasileiro ficou incerteza. A equipe lutou até o fim para se recuperar, evitou a queda e se classificou para a Copa Sul-Americana.
Dessa forma, as receitas de competições não foram altas. O clube contou apenas com premiação do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil – R$ 23,5 milhões no total.
Dívida
De acordo com o demonstrativo, o Cruzeiro reduziu o endividamento em R$ 365 milhões desde a chegada da Sociedade Anônima do Futebol (SAF), antes gerida por Ronaldo e que agora está nas mãos do empresário Pedro Lourenço. A dívida de 2023 chega a R$ 749,2 milhões.
Evolução da dívida de 2017 a 2023
- 2023: R$ 749,2 milhões
- 2022: R$ 1,052 bilhão
- 2021: R$ 970 milhões
- 2020: R$ 898 milhões
- 2019: R$ 804 milhões
- 2018: R$ 533 milhões
- 2017: R$ 371 milhões
Receitas
Em relação a 2022, ano em que esteve na Série B, o Cruzeiro aumentou de forma significativa as receitas em 2023. O principal salto veio com as receitas de transmissão – a maior do clube em 2023.
- Transmissão e de imagem e desempenho: R$ 101,7 milhões
- Patrocínios, publicidade, luva e marketing: R$ 48,5 milhões
- Transferência de atletas: R$ 20,7 milhões
- Bilheteria: R$ 28,6 milhões
- Programa sócio torcedor: R$ 31 milhões
- Receitas com royalties e licenciamento: R$ 11,8 milhões
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Despesas do futebol
A Raposa aumentou as despesas em relação a 2022, principalmente com o aumento dos salários e com a amortização (redução de dívida por meio de pagamento parcial). No total, os gastos do clube chegaram a R$ 190,1 milhões; em 2022, foram R$ 108 milhões.
A maior despesa ficou por conta dos gastos com salário e direitos de imagem dos jogadores – R$ 94,7 milhões, aumento de R$ 37,3 milhões em comparação com os R$ 57,4 milhões de 2022.
- Salários, direito de imagem, encargos e benefícios: R$ 94,7 milhões
- Custos diretos e indiretos com jogos: R$ 21,2 milhões
- Amortizações: R$ 30,6 milhões
- Serviços de assessoria e consultoria: R$ 4,2 milhões
- Baixa do ativo intangível: R$ 15,1 milhões
- Custos com viagens e hospedagens: R$ 4,6 milhões
- Custos com alimentação: R$ 3,3 milhões
- Depreciação: R$ 3,3 milhões
- Direito de Arena: R$ 4,9 milhões
- Manutenção geral: R$ 2,2 milhões
- Taxas de legalização de jogadores: R$ 564 mil
- Outros custos: R$ 5,1 milhões
Despesas administrativas
O clube também viu aumentar as despesas administrativas, ligadas a funcionários e outras logísticas operacionais. Em 2023, essa despesa foi de R$ 114,8 milhões, enquanto em 2022 foi de R$ 93,7 milhões.
- Salários, encargos e benefícios: R$ 25 milhões
- Despesas comerciais: R$ 8,5 milhões
- Serviços contratados de terceiros: R$ 10,4 milhões
- Rescisão de contratos comerciais: R$ 5 milhões
- Assessores – Venda de Direitos: R$ 4,4 milhões
- Amortizações: R$ 51,2 milhões
- Outras despesas: R$ 10,1 milhões