O Valladolid publicou nota oficial nesta quinta-feira (30/5) sobre as declarações polêmicas de Paulo Pezzolano, ex-treinador do Cruzeiro, à rádio Sport 890 do Uruguai.
Pezzolano voltou a se queixar da forma como foi tratado na cidade espanhola e disse que a tendência é que Ronaldo de fato venda o Valladolid.
“Quando, na sua própria torcida, você tem gente que grita ‘Sudaca, vai para o Uruguai’, essas coisas (xenofobia) que é incrível que existam, mas existem…”, disse o uruguaio. “Essa cidade é muito particular nesse aspecto (preconceito). Nós, estrangeiros, sofremos um pouco, eu sofri, meu pessoal sofreu”, disse Pezzolano.
O Valladolid condenou, mas disse que os episódios de xenofobia foram isolados. “Na referida entrevista, o treinador fez referência a episódios isolados de xenofobia que tem sofrido na cidade, ataques que o Real Valladolid condena veementemente como sempre fez face a qualquer manifestação de intolerância”, disse o Valladolid.
“O clube é embaixador destes valores e rejeita qualquer opinião em relação a possíveis conotações xenófobas dos nossos adeptos, bem como generalizações negativas sobre a cidade. Os incidentes isolados ocorridos não podem de forma alguma obscurecer a coexistência exemplar. É claro que o Real Valladolid condena veementemente, como já demonstrou em inúmeras ocasiões, qualquer sinal de racismo ou discriminação”, acrescentou o clube.
Possível venda do Valladolid
Sobre a possibilidade de venda do clube, Pezzolano afirmou que Ronaldo deve negociar uma parte das ações. “O mais seguro é que ele venda o Valladolid, mas, inicialmente, o time seguiria com toda a gestão esportiva atual. Ele quer vender uma parte e seguiria tudo igual, não haveria trocas internas”.
A nota do Valladolid diz que não cabe ao treinador fazer qualquer declaração a respeito.
“Em nenhum caso cabe ao técnico avaliar, comentar, julgar ou informar sobre as operações que vierem a ser realizadas sobre a propriedade da entidade. O presidente da nossa entidade já explicou nas comemorações de promoção à categoria mais alta do futebol nacional que tem ofertas em cima da mesa e que irá avaliar a sua decisão nestes dias, sempre com a prioridade de seguir o melhor caminho para o Real Valladolid e seus fãs”.
Demissão?
O técnico ironizou os pedidos de demissão durante a festa para comemorar o acesso da equipe à elite do Campeonato Espanhol.
“Demitam, Pezzolano! Demitam, Pezzolano!”, cantou o uruguaio na sacada de prédio na principal praça da cidade de Valladolid.
O coro foi entoado por alguns jogadores que estavam ao seu lado e por parte do público presente.
O perfil oficial do Real Valladolid postou o vídeo no Twitter e escreveu de forma irônica: “Só é permitido responder esse tweet com: #DemitamPezzolano.” Cerca de uma hora após a publicação ser feita, ela foi excluída das redes sociais.
Nota oficial do clube
Seguindo as declarações de Paulo Pezzolano, técnico da Primeira Equipe, transmitidas ontem por uma rádio do Uruguai, o Real Valladolid considera:
Em nenhum caso cabe ao técnico avaliar, comentar, julgar ou informar sobre as operações que vierem a ser realizadas no patrimônio da entidade. O presidente da nossa entidade já explicou nas comemorações de promoção à categoria mais alta do futebol nacional que tem ofertas em cima da mesa e que irá avaliar a sua decisão nestes dias, sempre com a prioridade de seguir o melhor caminho para o Real Valladolid e seus fãs.
Na referida entrevista, o treinador fez referência a episódios isolados de xenofobia que tem sofrido na cidade, ataques que o Real Valladolid condena veementemente como sempre fez face a qualquer manifestação de intolerância.
O Clube é embaixador destes valores e rejeita qualquer opinião em relação a possíveis conotações xenófobas dos nossos adeptos, bem como generalizações negativas sobre a cidade. Os incidentes isolados ocorridos não podem de forma alguma obscurecer a coexistência exemplar. É claro que o Real Valladolid condena veementemente, como já demonstrou em inúmeras ocasiões, qualquer sinal de racismo ou discriminação.
A cidade de Valladolid é acolhedora e respeitosa, uma cidade “maravilhosa” como também garante o próprio treinador. Um ponto de encontro com cidadãos de carácter hospitaleiro e inclusivo, como o fazem os adeptos do Real Valladolid, demonstrando-o ao longo de 96 anos de História com o seu carinho pelos jogadores, técnicos e trabalhadores independentemente do seu país de origem.