ESPORTE NA MÍDIA

Mauro Cezar critica SAFs no Brasil e cita nova gestão do Cruzeiro

Jornalista lembrou que a Raposa se endividou durante os últimos anos e abandonou o projeto de austeridade de Ronaldo depois que Pedro Lourenço comprou o clube
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Durante o programa Posse de Bola, do UOL, o jornalista esportivo Mauro Cezar Pereira criticou a lei das Sociedades Anônimas do Futebol (SAF) no Brasil que permite aos clubes vender suas ações a um investidor e entrar em recuperação judicial para pagar as dívidas com enorme desconto em muitos casos.

Mauro citou o caso do Cruzeiro, que se endividou durante os últimos anos e abandonou o projeto de austeridade de Ronaldo depois que Pedro Lourenço comprou o clube.

“O Cruzeiro é outro exemplo: mudou de dono, saiu da política de austeridade e recuperação do Ronaldo, e chegou um novo dono que compra e compra jogador e estamos conversados. Ninguém está preocupado com isso ou quase ninguém”, disse.

Mauro também lembrou o caso do Botafogo, que recebe jogadores contatados por John Textor, mas que terão o Lyon como destino final. Tanto o Fogão quanto o clube francês são de propriedade do empresário norte-americano.

“Não é preciso pagar todas as dívidas para se comprar um clube no Brasil e contratar quem você quiser e não precisa justificar, já que não há fair play financeiro. Esse é o mercado desregulado no Brasil que é um paraíso para pessoas ou grupos econômicos que compram clubes e façam esse tipo de coisa. Tanto Almada quanto o Luiz Henrique devem rumar para o Lyon em janeiro. Então, o Botafogo vira um entreposto comercial”, afirmou.

Títulos discutíveis?

Mauro polemizou ao dizer que um título nacional do Botafogo neste ano seria tão discutível quanto os títulos do Cruzeiro nas Copas do Brasil de 2017 e 2018, quando o clube celeste mantinha uma folha salarial maior do que o próprio orçamento.

“Enquanto esses atletas jogam aqui no Brasil, o Botafogo pode ganhar um Campeonato Brasileiro. E isso é tão discutível nessas circunstâncias quanto os títulos que o Cruzeiro ganhou com um time que não podia manter em 2017 e 2018 na Copa do Brasil e depois deu no que deu. E o Corinthians, que em 2015 ganhou o Campeonato Brasileiro sem pagar salários e está tudo bem, ganhou jogando muita bola com o Tite no comando técnico, entre muitos outros, o Flamengo também foi campeão com salários atrasados, vários passaram por isso”.

“Esse mercado brasileiro desregulamentado é um convite a esses investidores que compram o time e fazem o que quiser, compram jogadores e levam para um time e para o outro. Já foi o Jeffinho, o Adryelson, o Lucas Perri, e agora tudo indica que serão esses dois jogadores contratados por 20 milhões de euros cada um. E, nesse meio tempo, eles podem ajudar o Botafogo a ganhar um campeonato porque não tem fair play financeiro”, finalizou.

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