São muitas as histórias sobre a curta passagem do técnico Rogério Ceni pelo Cruzeiro. Ele ficou no clube entre agosto e setembro de 2019, ano do fatídico rebaixamento celeste. Em oito jogos, foram duas vitórias, dois empates e quatro derrotas. Além disso, o treinador colecionou polêmicas com os medalhões do time celeste.
Em entrevista ao Sem Filtro, da RBS, o ex-lateral-esquerdo Edilson começou explicando que os jogadores experientes pediram a contratação do treinador.
“A gente faz uma reunião com o diretor (Itair Machado), e ele fala que está em dúvida de quem contratar. Eu, Fábio, Dedé, Egídio, Henrique, Léo, Robinho, Ariel Cabral, uns sete jogadores falamos para trazer o Rogério Ceni, que estava fazendo um bom trabalho no Fortaleza, um cara jovem e com experiência de liderança”.
Edilson reclamou que Rogério Ceni expôs os jogadores experientes do elenco após a estreia do treinador no comando da Raposa – a vitória sobre o Santos, por 2 a 0, no Mineirão, no dia 18 de agosto.
“No outro dia, a gente pede uma reunião com ele, porque ele nos expôs pela nossa idade. Aí foi eu, o Fábio, o Ariel, o Henrique, o Léo, o Egidio, o Robinho e o Fred, tinha uns 9 jogadores. A gente fala para ele o seguinte: ‘Rogério, você pode fazer todas as mudanças, só não expõe a gente como time. Por quê? Porque a gente está numa situação difícil e a gente quer te ajudar'”, disse.
“E o Fred foi e falou: ‘Rogério, tipo eu assim, eu tenho 35 anos, mas já tenho 19 gols na temporada. Então, não é só a idade’. Aí o Rogério falou assim: ‘Calma, calma, 19 gols? 15 no Mineiro, né? 15 no Campeonato do Mineiro’. Falou no meio da reunião, aí é f***, né?”, acrescentou.
Edilson fora do time
O ex-lateral lembrou outro momento polêmico de Rogério Ceni. No jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil de 2019 contra o Inter, Ceni preferiu improvisar Jadson a utilizar Edilson.
“Ele ia me dar a resposta (se eu ia jogar) na hora do lanche. Aí chega no lanche, ele vai e fala: ‘já me decidi, então eu vou com o Jadson’. Já tiro o lanche assim, não quero nem mais lanchar. Até a fome passou”, destacou.
Depois desse episódio, Edilson procurou e conversou com Ceni. Eles não se entenderam e já não havia mais clima entre os dois.
“Uma situação horrível. No outro dia no treino, a gente não conseguia se olhar. Então, foi uma das partes mais ruins da minha carreira porque eu não conseguia olhar para o treinador e nem ele pra mim. Eu falei: eu vou resolver isso. (…) Falei: ‘Rogério, olha só, nosso time está na zona de rebaixamento. A gente está numa p*** situação ruim. Nosso grupo é bom. Eu acho que aconteceu uma coisa ali em Porto Alegre, que, sinceramente, eu não concordo com você. Mas já passou. Vamos seguir daqui para frente. Eu acho que a gente tem que pensar no Cruzeiro daqui em diante’. Aí ele falou assim: ‘Eu não errei lá em Porto Alegre’. Eu disse: ‘Então está bom então, está certo’. Virei as costas e saí. Aí, depois, ele meio que me deixava fora das viagens”.