O ex-volante Hudson, campeão da Copa do Brasil pelo Cruzeiro, em 2017, disse que o técnico Fernando Diniz trabalha com os jogadores por cerca de uma hora e meia ao dia a saída de bola. Esse é o principal ponto de atenção do treinador. Hudson e Diniz estiveram juntos no São Paulo, em 2019.
“Sobre o Diniz, eu me lembro do primeiro treino dele. Você imagina que tem um goleiro aqui dentro da área, com a bola no tiro de meta. Aí ele põe um jogador aqui na lateral, uma fila aqui na lateral, uma fila no meio, uma na ponta e uma outra aqui. Aí todos os caras têm que vir, o goleiro toca, o cara devolve e muda de fila. Fica fazendo isso meia hora. Todo mundo tinha que jogar com o goleiro dentro desse quadrado. E, depois, uma hora e meia só de saída de bola. E assim, ele treinava muito. Ninguém pode falar nada, porque o cara trabalha pra caramba”, disse, em entrevista ao Charla Podcast.
“Ele começa a trazer uma coisa nova: ele não corrige o portador da bola, ele corrige o suporte. O portador da bola tem que ter duas, três opções de passe. Então se o portador da bola errar, ele vai cobrar o suporte. ‘Você não mexeu, você não apareceu, você não deu linha de passe’. E, assim, só que é aquele negócio, quem está com a bola, às vezes, quer se livrar dela, principalmente zagueiro. E aí eu me lembro que o Bruno Alves na época falou assim: ‘pô, não, isso vai me fod**, pô. Morumbi, 10, 15 minutos, eu vou ficar segurando a bola, segurando, eu vou errar o passe, eu vou tomar uma vai'”, acrescentou.
Hudson disse que Diniz trabalha o lado mental dos jogadores e consegue resultados positivos. “‘Ah, esse cara é grosso de bola, zagueiro, um goleiro que não sabe sair jogando’. Ele consegue colocar na cabeça que o cara sabe fazer e acaba que o cara consegue fazer o que ele pede”.
Hudson pelo Cruzeiro
Hudson defendeu o Cruzeiro em 39 jogos durante o ano de 2017. Ele chegou ao clube vindo do São Paulo, em uma troca de empréstimos que resultou na ida do atacante Neilton ao Tricolor Paulista.
Comandado por Mano, o meio-campista foi peça-chave na rotação do time pentacampeão da Copa do Brasil. Seu momento mais marcante com a camisa do Cruzeiro foi o gol decisivo diante do Grêmio.
Nas finais contra o Flamengo – 1 a 1 no Maracanã, e 0 a 0 no Mineirão -, Hudson foi titular e exerceu um papel importante. O volante converteu uma das cinco cobranças do Cruzeiro na vitória estrelada por 5 a 3 nas penalidades.
