Investigado pela Polícia Federal (PF) por manipulação de resultados de apostas esportivas, o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, participará normalmente da preparação do clube carioca para o jogo contra o Cruzeiro.
Nesta terça-feira (5/11), o jogador de 33 anos se apresentou e treinou ao lado dos demais jogadores, no Ninho do Urubu, no Rio de Janeiro. O clube já confirmou que ele viajará para Belo Horizonte.
“O atleta segue exercendo suas atividades profissionais normalmente. Treina e viaja com a delegação nesta terça-feira, para Belo Horizonte”, disse o Flamengo, em nota.
Na quarta (6), o time carioca enfrenta a Raposa, às 21h, no Independência, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O Flamengo disse que dará todo suporte necessário ao atacante Bruno Henrique.
“O Clube ainda não teve acesso aos autos do inquérito, uma vez que o caso corre em segredo de justiça, mas é importante registrar que, ao mesmo tempo em que apoiará as autoridades, dará total suporte ao atleta Bruno Henrique, que desfruta da nossa confiança e, como qualquer pessoa, goza de presunção de inocência”, destacou o clube carioca.
Investigação da Polícia Federal
O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, é alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), nesta manhã de terça-feira (5/11), que apura manipulação de resultados de apostas esportivas.
Bruno Henrique é suspeito de ter levado um cartão amarelo de forma deliberada para beneficiar apostadores. Isso ocorreu no jogo entre Flamengo e Santos, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, no dia 1 de novembro de 2023, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. O time carioca perdeu a partida por 2 a 1.
Nos acréscimos do confronto, o atacante levou o amarelo por fazer uma falta no atacante Soteldo, do Santos. Logo em seguida, Bruno Henrique ‘perdeu a cabeça’, começou a ofender o árbitro do jogo, Rafael Klein, e acabou expulso.
A súmula do jogo diz o seguinte: “Informo que expulsei por decorrência do cartão vermelho direto, o atleta nº 27 da equipe do Flamengo, Bruno Henrique Pinto, por me ofender com as seguintes palavras: ‘você é um merda’, com o dedo em riste em direção a meu rosto, após a marcação de uma falta e também após ter sido advertido com cartão amarelo. Após ser expulso, o atleta veio em minha direção, sendo contido pelos seus companheiros. Informo que me senti ofendido”.
As operações ocorreram no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, em Vespasiano, em Lagoa Santa e em Ribeirão das Neves, com 12 mandados de busca e apreensão, incluindo a casa de Bruno Henrique, na Barra da Tijuca, no Rio; as sedes das empresas DR3 – Consultoria Esportiva Ltda e BH27, em Lagoa Santa; e o Centro de Treinamento do Flamengo, o Ninho do Urubu.
Além do jogador do Flamengo, são investigados o irmão do dele, Wander Nunes Pinto Junior; a cunhada Ludymilla Araujo Lima; e a prima Poliana Ester Nunes Cardoso.
De acordo com a investigação, Claudinei Vitor Mosquete Bassan e Rafaela Cristina; Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Douglas Ribeiro Pina Barcelos e Max Evangelista Amorim, todos residentes em Belo Horizonte, também são suspeitos de envolvimento no caso.
Um relatório da IBIA (Internacional Betting Integrity Association), entidade reconhecida internacionalmente no monitoramento do setor de apostas, notou que houve um volume incomum de apostas no jogo entre Flamengo e Santos. De acordo com a investigação, amigos e parentes de Bruno Henrique apostaram que o atacante levaria um cartão amarelo durante o jogo e se beneficiaram disso.
“Trata-se, em tese, de crime contra a incerteza do resultado esportivo, que encontra a conduta tipificada na Lei Geral do Esporte, com pena de 2 a 6 anos de reclusão”, disse o MP.
Bruno Henrique ainda não se pronunciou sobre o caso.