Depois de uma temporada com objetivos menos empolgantes após a volta à Série A do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro viveu um 2024 da forma que sempre foi acostumado em sua história antes de passar pelo calvário do rebaixamento à Segunda Divisão – na briga por título. O ano começou com importante mudança no comando da SAF, teve várias mudanças ao longo do percurso e terminou com o vice-campeonato da Copa Sul-Americana.
Todas as expectativas, decepções, alterações dos projetos da diretoria no meio do caminho e os resultados esportivos são retratos da retrospectiva do Cruzeiro em 2024. No Ataque listou abaixo os principais pontos que marcaram o ano celeste (veja abaixo).
Eliminação precoce na Copa do Brasil
O primeiro grande tombo da gestão de Ronaldo Fenômeno foi em uma das competições mais valiosas do futebol brasileiro. Maior campeão da Copa do Brasil com seis títulos, a Raposa caiu na primeira fase do torneio diante do modesto Sousa, protagonizando um vexame no cenário nacional.
Em 21 de fevereiro, o time então comandado por Nicolás Larcamón perdeu por 2 a 0 para o Sousa, no Marizão, na Paraíba. Com a eliminação, o Cruzeiro deixou de arrecadar R$ 1,78 milhão e ficou longe de seu principal objetivo, que era chegar até as oitavas de final.
Vice do Mineiro
O vice do Mineiro também foi bastante sentido pelo Cruzeiro. A equipe amargou a derrota para o Atlético por 3 a 1, no jogo de volta da final, em pleno Mineirão lotado de cruzeirenses. Por ter tido a melhor campanha na primeira fase, os celestes tinham vantagem de jogar por uma vitória e uma derrota pela mesma diferença de gols ou dois empates na decisão.
No jogo de ida, na Arena MRV, também em Belo Horizonte, o Cruzeiro empatou por 2 a 2, deixando aberta a partida de volta. O cenário para os mandantes ficou ainda mais positivo depois do placar ser aberto por Mateus Vital. No entanto, o Atlético virou o jogo para 3 a 1 na reta final do segundo tempo e foi campeão.
Demissão de Larcamón
O resultado negativo na final do Estadual, em 7 de abril deste ano, deu início a uma série de acontecimentos que impactaram de todas as formas nos processos do clube. A primeira delas foi a demissão de Larcamón.
O argentino, que havia sido contratado ainda em dezembro de 2023, foi mandado embora do cargo no dia seguinte à decisão do Mineiro. O técnico comandou o Cruzeiro em 14 jogos, com sete vitórias, quatro empates e três derrotas – 59,5% de aproveitamento.
Venda da SAF do Cruzeiro
A mudança mais importante que ocorreu no ano do Cruzeiro foi na administração do clube. Conforme informou em primeira mão a reportagem de No Ataque, em 29 de abril, Pedro Lourenço adquiriu os 90% das ações da SAF que pertenciam a Ronaldo Nazário.
Pedrinho, como é carinhosamente chamado pela torcida, passou a fazer parte do dia a dia do Cruzeiro em maio. Ele fez uma série de reformulações em todos os departamentos, enxugou a folha interna e contratou pessoas de sua confiança. O maior destaque ficou a cargo de Alexandre Mattos, que passou a ser o CEO do clube-empresa.
‘Dança’ de técnicos
Ainda antes de vender o Cruzeiro a Lourenço, em 9 de abril, Ronaldo anunciou o retorno de Fernando Seabra para comandar o time na disputa do Brasileirão e da Sul-Americana. O trabalho do treinador foi bem quisto no início da gestão de Pedrinho, justamente pelos bons resultados colhidos nas primeiras rodadas do torneio nacional.
Contudo, a relação de confiança entre diretoria e comissão técnica ficou estremecida após Pedro cobrar de Seabra a escalação dos reforços contratados pela Raposa em um áudio vazado nas redes sociais. Depois desse ruído, o time teve números bem ruins e culminou na demissão do comandante, em 23 de setembro. Ele deixou o cargo depois de 35 jogos, sendo 17 vitórias, oito empates e 10 derrotas.
O escolhido por Mattos para dar continuidade ao trabalho foi Fernando Diniz, oficializado no mesmo dia da saída de Seabra. O comandante de 50 anos teve trabalho bem contestado no primeiro ano à frente do time – com apenas três vitórias, seis empates e seis derrotas – e esteve perto de ser demitido no fim da temporada.
Perda do título da Sul-Americana
Em 23 de novembro, a Raposa esteve perto de colocar novamente o nome na galeria dos campeões internacionais, mas bateu na trave. O Cruzeiro chegou à final da Sul-Americana e perdeu para o Racing, da Argentina, por 3 a 1, no Nueva Olla, em Assunção, no Paraguai.
O vice estragou os planos da diretoria celeste que, além de mirar a premiação de 6 milhões de dólares (R$ 36 milhões na cotação atual), não conseguiu vaga direta à Libertadores.
Objetivo não cumprido no Brasileiro
Apesar da vitória por 1 a 0 sobre o Juventude, no Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul-RS, na última rodada do Brasileiro, o Cruzeiro não alcançou pontuação suficiente para ficar entre os times classificados à Libertadores de 2025. Os celestes ficaram na nona colocação, com 52 pontos – um a menos do que o Bahia, último time classificado ao torneio.