ESPORTE NA MÍDIA

Goleiro revela pressão aos 12 anos na base do Cruzeiro: ‘Tem que suportar’

Rafael, goleiro do São Paulo, admite que a pressão precoce moldou sua resiliência e o preparou para a competitividade nos grandes clubes

Aos 12 anos, Rafael chegou ao Cruzeiro em busca do sonho de se tornar jogador profissional. Logo no primeiro dia de teste na base do clube celeste, em 2002, o menino nascido em Coronel Fabriciano foi confrontado por uma realidade implacável: precisava ser muito melhor do que os demais para garantir uma vaga e, mesmo depois de alcançar o objetivo, seria constantemente desafiado por novos garotos com o mesmo propósito.

Hoje goleiro titular do São Paulo, Rafael reconhece que a pressão precoce – característica inerente ao futebol – possibilitou o desenvolvimento da resiliência e capacidade de lidar com a competitividade extrema nos grandes clubes pelos quais passou.

Em entrevista ao programa “Zona Mista do Hernan”, do canal UOL Esporte, Rafael relembrou, nesta semana, a pressão na base do Cruzeiro.

“Quando eu com 12 anos saí de casa e fui fazer um teste na base do Cruzeiro, no primeiro dia o diretor lá virou e falou assim: ‘Olha, são quatro goleiros na equipe e a gente já tem cinco. Ou seja, para você passar, você tem que fazer muito melhor do que eles, porque a gente já tá com dificuldade de mandar um’”, relembrou Rafael. “Então assim, no meu primeiro dia quando eu fui fazer um teste com 12 anos, eu já tive a pressão de dar um resultado em uma semana de treinamentos”, destacou.

O aviso do diretor não foi o único choque de realidade. Mesmo após conquistar a aprovação, o jovem goleiro foi novamente confrontado. “Depois que eu passei, esse mesmo diretor virou para mim e falou assim: ‘Legal que você passou. Mas vai chegar um ônibus de goleiro toda semana para fazer o que você fez. Aqui a questão é a lei do merecimento. Se chegar algum que está melhor que você, você vai embora e ele entra no seu lugar'”, salientou.

Rafael no Cruzeiro

A experiência marcou o início de uma carreira repleta de desafios e vitórias no Cruzeiro. Promovido ao time principal em 2008 pelo técnico Adilson Batista, Rafael consolidou-se como uma peça confiável para substituir as eventuais ausências de Fábio, um dos maiores ídolos da história do clube celeste.

Em 112 partidas pelo Cruzeiro, Rafael conquistou dez títulos, incluindo o Campeonato Brasileiro (2013 e 2014), a Copa do Brasil (2017 e 2018) e seis edições do Campeonato Mineiro.

Após deixar o Cruzeiro, o goleiro defendeu o Atlético entre 2020 e 2022 antes de chegar ao São Paulo em 2023.

A experiência inicial na base celeste ainda marca Rafael. “Desde que eu me entendo por gente no futebol essa pressão acontece, faz parte. E se você está em um clube grande e quer fazer parte de conquistas, tem que suportar essa pressão”, refletiu.

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