O CAS (Tribunal Arbitral do Esporte, tradução em português) marcou audiência para os dias 3 e 4 de abril sobre o recurso do atacante Gabriel Barbosa, do Cruzeiro, contra a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) e a União Federal.
Em março de 2024, Gabigol foi condenado pelo Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) por dois anos de suspensão por tentativa de fraudar exame antidoping antes de um jogo do Flamengo, seu ex-time.
A pena se estende até 8 abril de 2025, porque o período de contagem se inicia na data de coleta da amostra, como especifica o Código Brasileiro Antidopagem (CBA). Leia o trecho extraído do CBA.
“Na hipótese de atrasos substanciais no procedimento de gestão de resultados e, quando demonstrado pelo atleta ou outra pessoa que não deu causa a tais atrasos, a ABCD ou o TJD-AD, conforme o caso, poderá estabelecer o início do período de suspensão: I – na data de coleta da amostra”.
Apesar da punição, a equipe jurídica do atacante agiu rápido e conseguiu efeito suspensivo para que ele pudesse voltar a jogar. Desde o dia 30 de abril de 2024, ele está liberado com base nessa decisão.
Relembre o caso
O episódio que gerou o processo contra Gabigol ocorreu em 8 de abril de 2023, na véspera de um jogo contra o Fluminense pela final do Campeonato Carioca.
A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem foi ao Ninho do Urubu, CT do Flamengo, para um teste surpresa, fora de competição.
Os oficiais de controle de dopagem, que são os responsáveis por colher as amostras dos jogadores, relataram várias situações de desrespeito de Gabigol. Veja abaixo:
- Gabigol não foi até os oficiais antes do treino e ignorou a presença deles depois do treino. Ele foi almoçar e não atendeu o pedido para fazer o exame.
- Gabigol, segundo o relato, tratou a equipe com desrespeito, indignado porque ele estava sempre na lista dos exames.
- Os oficiais disseram que Gabigol estava muito irritado e usou uma “linguagem rude”.
Passada essa celeuma inicial, Gabigol teria aparecido depois sem avisar e pegou o pote para coletar a amostra de urina sem avisar a ninguém. O oficial de controle teve que ir correndo atrás dele no banheiro.
Os oficiais precisam ter contato visual enquanto o jogador urina no recipiente para comprovar que ele não colocou outro líquido no recipiente.
De acordo com relatos, o jogador tentou esconder a genitália no momento da coleta da urina. Ele ainda entregou o pote aberto, contrariando o que o oficial de controle tinha pedido.
Naquele dia, outros jogadores do Flamengo também foram submetidos ao exame. Por isso tudo, o atacante foi denunciado por “fraude ou tentativa de fraude de qualquer parte do processo de controle de doping”.