Esposa de Ronaldo Fenômeno, Celina Locks repudiou a atitude de dirigentes e federações do Brasil que não apoiaram a candidatura do ex-jogador à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o que culminou na desistência dele. Nas redes sociais, a modelo republicou críticas, que repercutiram em jornais europeus.
Primeiramente, Celina Locks compartilhou o brasão da CBF com a legenda “a corrupção continua”. Depois, republicou post do jornalista Rica Perrone que diz: “O Brasil é um país para sentir nojo. Dirigentes do futebol evitam candidatura de Ronaldo para manter o sistema”.
O Mundo Deportivo, da Espanha, deu espaço à atitude com a seguinte manchete: “A mulher de Ronaldo denuncia: “É um país repugnante”. O RMC Sports, da França, escreveu: “Um país nojento: esposa de Ronaldo denuncia a ‘corrupção’ da federação brasileira”. O As, também espanhol, fez a manchete apenas com as aspas: “O Brasil é um país para se ter nojo”.
Repercussão dos posts de Celina na Europa
Celina Locks voltou a criticar
Nesta quinta-feira (20/3), Celina Locks voltou a criticar o ‘sistema’. Compartilhou, novamente, publicação de Rica Perrone com a seguinte legenda: “Já que gostam tanto de falar sobre meus reposts, que tal agora falarmos bastante desse?”.
Em vídeo, o jornalista critica os mandatários dos clubes brasileiros e os chama de ‘covarde’. Diz, ainda, que as associações não são vítimas, e sim cúmplices.
“Por que a Leila e o Textor estão apoiando o Ednaldo? A gente sabe. Relacionamento político, obviamente. Toma lá da cá. Eu te agrado, você me agrada, e está tudo certo aqui. O Textor já entendeu como a banda toca. Ele já aprendeu que é o seguinte ‘não posso mudar isso, aqui é o país da sacanagem e, portanto, é melhor eu ser amigo dos sacanas’. Mas deixa de ser trouxa de achar que seu clube é vítima de alguma coisa. Seu clube não é vítima de esquema nenhum, de esquema de arbitragem, de má gestão da CBF, da Globo. Seu clube é cúmplice. Seu clube, seja ele qual for, é parte do sistema. Ele concorda, ele reelege. Ele apoia, dá tapinha nas costas. E teu presidente, seja ele qual for, também é um covarde. Porque todos os presidentes de clubes do Brasil, inclusive os que sou amigo, foram covardes no caso do Ronaldo. Vocês foram covardes, frouxos e não agiram de forma correta. A forma correta era questionar. Não precisava eleger o Ronaldo, mas questione. Mas, como vocês não teriam culhão de votar publicamente contra a candidatura do Ronaldo para manter o que está aí e sair chorando no final do campeonato, vocês preferiram matar no ovo. Houve uma grande mobilização política para que isso acontecesse. Vocês foram coniventes, se calaram e, agora, estão abrindo o bico para declarar apoio ao momento do futebol brasileiro”, falou Rica Perrone.
Desistência de Ronaldo à presidência da CBF
Ex-proprietário da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Cruzeiro, Ronaldo retirou a candidatura à presidência da CBF em 12 de março. Em texto publicado nas redes sociais, ele explicou que não conseguiu dialogar com as federações e entendeu que não havia a possibilidade de concorrer.
Em dezembro do ano passado, ele havia confirmado o desejo de assumir a CBF e iniciou a campanha. Ronaldo chegou a prometer um “projeto revolucionário”, dando maior voz aos clubes, caso fosse eleito.
“Depois de declarar publicamente o meu desejo de me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito, retiro aqui, oficialmente, a minha intenção. Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião”, iniciou.
“Conforme já havia dito, os meus primeiros passos seriam na direção de dar voz e espaço aos clubes, bem como escutar as federações em prol de melhorias nas competições e desenvolvimento do esporte em seus estados. A mudança necessária viria desse alinhamento estratégico, com a força da visão compartilhada”, seguiu o ex-jogador.
Para a candidatura, Ronaldo precisaria, pelo menos, do apoio de quatro federações e quatro clubes: “No entanto, no meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo“, confidenciou.
Com as recusas, o ex-atacante disse que entendeu que as gestões estaduais estão satisfeitas com os rumos da atual gestão. Desde 2021, quando Rogério Caboclo foi afastado por acusações de assédio moral e sexual, a CBF é presidida por Ednaldo Rodrigues.
“O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer. A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito deles e eu respeito, independentemente das minhas convicções”, explicou Ronaldo.
O ex-dono do Cruzeiro finalizou desejando maior abertura da CBF: “Agradeço a todos que demonstraram interesse na minha iniciativa e sigo acreditando que o caminho para a evolução do futebol brasileiro é, antes de mais nada, o diálogo, a transparência e a união”.