CRUZEIRO

Técnico do Cruzeiro sobre Seleção Brasileira de Vôlei: ‘Me comparavam com Fábio’

Assim como arqueiro Fábio, agora no Fluminense, Filipe Ferraz, comandante da equipe de vôlei da Raposa, nunca teve oportunidades na Seleção Brasileira

Filipe Ferraz marcou o nome e segue fazendo história na equipe de vôlei do Cruzeiro. Como jogador, colecionou títulos e prêmios individuais. À frente do time, na comissão técnica, o roteiro é o mesmo. Outra semelhança entre os dois períodos na carreira profissional do treinador é a falta de oportunidades na Seleção Brasileira.

Em entrevista ao Cruzeiro Cast, nesta terça-feira (15/4), Filipe Ferraz comentou a chance de assumir a Seleção Brasileira. O treinador se declarou à Raposa ao detalhar que primeiro pensa em executar o trabalho no clube da melhor forma.

“Seleção é o Cruzeiro. Aqui que conquistei tudo, que tenho paixão, admiração, carinho enorme. E é aqui que tenho que continuar. Não gosto de fazer nada meia boca. Vou fazer sempre o meu melhor. Se vai vir ou não o reconhecimento de uma Seleção, não cabe a mim. Meu trabalho está sendo feito aqui, onde eu tenho que estar. Vou ficar feliz (se receber convite)? Claro. Mas não fico pensando em Seleção. Penso em realizar meu trabalho onde estou”, iniciou.

O fato de nunca ter tido espaço na equipe nacional como jogador virou pauta. No momento, Filipe lembrou do goleiro Fábio. Agora no Fluminense, o ex-arqueiro da Raposa construiu carreira de sucesso, mas nunca teve espaço na Seleção Brasileira – ele até já recebeu algumas convocações e integrou o grupo campeão da Copa América de 2004, mas não foi acionado em partidas oficiais.

“Nunca estive na Seleção. Não foi por falta de reconhecimento, títulos, números, não estive. Muitos me comparavam com o Fábio goleiro, ‘pô, vocês dois são injustiçados’. Não cabe a mim falar sobre isso. Agora como treinador sigo trabalhando, batalhando, me aprimorando cada vez mais, tentando transformar esses meninos em pessoas melhores para o esporte e para a família. Esse é meu legado. Estou há quatro anos como treinador, 45 anos, tenho uma carreira imensa ainda de aprendizado. Estou seguindo meu caminho, e o Filipe não vai mudar em nada”

Filipe Ferraz, técnico de vôlei do Cruzeiro

Filipe Ferraz no Cruzeiro

Filipe assinou contrato com o Cruzeiro para a temporada 2010/2011 e permaneceu até 2020/21. Em 11 anos defendendo a camisa estrelada, conquistou 39 taças. Em abril de 2021, logo após se aposentar das quadras, assumiu o comando técnico da equipe. Desde então, coleciona 17 troféus.

Entre as principais conquistas estão: cinco títulos do Mundiais (dois como treinador), 11 da Sul-Americana, (quatro como treinador), oito da Superliga (dois como treinador), oito da Copa Brasil (dois como treinador), seis da Supercopa (três como treinador) e 10 do Mineiro (quatro como treinador).

Aposentadoria

Alguns fatores pesaram para a aposentadoria de Filipe: idade, utilização em quadra e preparação. Na última temporada como atleta, aos 41 anos, o treinador sentia que já não tinha espaço nas quatro linhas, mas ainda executava a função de liderança e era visto como referência.

“Falei ‘cara, tenho que pensar em outra coisa, uma porta está se fechando’… Em muitos momentos, eles (jogadores) vinham e falavam ‘Filipe, e aí’, e eu tentava organizar. Ali, meu deu uma ideia ‘se eles estão vindo até mim, confiam no meu trabalho. Por que não me preparar para ser um treinador?’. E comecei a enxergar o voleibol de uma outra maneira, mais técnica, tática. Comecei a fazer cursos. Fiz os dois necessários para treinador, já tinha feito o MBA em gestão empresarial na FGV ainda como atleta. Isso me ajudou nesse trabalho. Quando tive a oportunidade nesse mesmo ano, coincidentemente ou não, veio o convite de assumir o Cruzeiro. Eu estava preparado, estava capacitado. Lógico que foi um momento desafiador, muito vulnerável”, explicou.

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