
O CAS (Tribunal Arbitral do Esporte, tradução em português) deu ganho de causa, nesta sexta-feira (4/7), ao atacante Gabriel Barbosa, do Cruzeiro, em recurso apresentado contra a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) e a União Federal.
Em março de 2024, Gabigol foi condenado pelo Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) por dois anos de suspensão por tentativa de fraudar exame antidoping antes de um jogo do Flamengo, seu ex-time.
O jogador não chegou a cumprir a punição porque seus advogados entraram com recursos e conseguiram efeito suspensivo até o julgamento do caso pelo CAS. Com a nova decisão, a suspensão foi anulada.
O episódio que gerou o processo contra Gabigol ocorreu em 8 de abril de 2023, na véspera de um jogo contra o Fluminense pela final do Campeonato Carioca.
A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem foi ao Ninho do Urubu, CT do Flamengo, para um teste surpresa, fora de competição.
Os oficiais de controle de dopagem, que são os responsáveis por colher as amostras dos jogadores, relataram várias situações de desrespeito de Gabigol. Veja abaixo:
- Gabigol não foi até os oficiais antes do treino e ignorou a presença deles depois da atividade. Ele foi almoçar e não atendeu ao pedido para fazer o exame.
- Gabigol, segundo o relato, tratou a equipe com desrespeito, indignado porque ele estava sempre na lista dos exames.
- Os oficiais disseram que Gabigol estava muito irritado e usou uma “linguagem rude”.
Passada essa celeuma inicial, Gabigol teria aparecido depois e pegou o pote para coletar a amostra de urina sem avisar a ninguém. O oficial de controle teve que ir correndo atrás dele no banheiro.
Os oficiais precisam ter contato visual enquanto o jogador urina no recipiente para comprovar que ele não colocou outro líquido no recipiente.
De acordo com relatos, o jogador tentou esconder a genitália no momento da coleta da urina. Ele ainda entregou o pote aberto, contrariando o que o oficial de controle tinha pedido.
Naquele dia, outros jogadores do Flamengo também foram submetidos ao exame.
Por esses fatos narrados, o atacante foi denunciado por “fraude ou tentativa de fraude de qualquer parte do processo de controle de doping”.
Vale ressaltar que as amostrar de Gabigol foram analisadas e apresentaram resultado negativo para substâncias proibidas.
De acordo com a decisão do CAS, embora a conduta de Gabigol tenha sido pouco cooperativa no momento da coleta do material, ele não pode ser considerado protagonista de um processo de adulteração e fraude no exame, segundo as normas do Código Mundial Antidoping (WADC).