A jornalista Alicia Klein, em sua coluna no UOL, questionou a postura de parte da imprensa brasileira que, após a derrota do Cruzeiro para o Ceará por 2 a 1, no último domingo (27/7), no Mineirão, pelo Campeonato Brasileiro, rapidamente retirou a Raposa da briga pelo título.
Atualmente, o Cruzeiro ocupa a segunda colocação no Campeonato Brasileiro, com 34 pontos. O Flamengo lidera com 36 pontos e um jogo a menos, enquanto o Palmeiras, em terceiro, tem 32 pontos e duas partidas a menos.
“Por que, então, a ânsia para descartar o Cruzeiro e decretar uma nova batalha isolada entre o Rubro-negro carioca e o Alviverde paulista? Tenho duas teorias”, iniciou a jornalista.
De acordo com Klein, uma das razões seria a concentração da grande imprensa nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, o que poderia invisibilizar clubes de fora do eixo. “Parece haver uma incapacidade congênita de valorizar o que vem de fora destes dois estados — um pouco por preconceito, um pouco por ignorância. Ao primeiro sinal de rateada, corremos para cravar: é, não vão chegar”, analisou a jornalista.
Outra possibilidade levantada por Alicia Klein é o fato de a maior parte da população nacional torcer por clubes paulistas, além do Flamengo. Isso poderia levar jornalistas a querer agradar ao grande público. “O top 5, formado exclusivamente por times de Rio e São Paulo, representa, portanto, quase metade dos torcedores do país. Foge completamente à isenção esperada da cobertura jornalística, mas surpreende o impulso de querer agradar a maioria? A mim, não”, destacou.
Ela ainda mencionou uma terceira linha de raciocínio. “Talvez não seja nada disso. Talvez estejam olhando para o Cruzeiro e vendo um elenco incapaz de competir até o fim do ano com as potências que Flamengo e Palmeiras se tornaram. Talvez não acreditem que as Copas exercerão influência nos resultados, que o calendário possa ajudar o Cruzeiro, que ‘zebras’ existam ou que seja cedo demais para fazer previsões”.
Alicia Klein finalizou: “O tempo vai dizer quem estava certo — ou quem simplesmente deu sorte no palpite”.