Roger Flores comentou a situação de Gabigol no Cruzeiro e a decisão do técnico Leonardo Jardim de dar poucos minutos ao atacante. Para o comentarista, a atitude do treinador, que se autodeclarou “incompetente” ao falar sobre o jogador, pode ser um sinal de esgotamento sobre o assunto.
“Acho que essas perguntas acontecem toda hora para ele (Leonardo Jardim), e ele está meio de saco cheio de responder. Aí ele falou que é incompetente e não consegue colocá-lo. Eu acho que o Gabriel precisa responder nos treinamentos, porque o que mais me chama atenção não é o fato de o Gabriel estar no banco de reservas, mas é ele não ser sequer uma opção no banco, não entrar para solucionar problemas em jogos mais difíceis”, disse Roger, no programa Seleção SporTV.
O comentarista reforçou que a situação de Gabigol vai além de uma simples escolha técnica. “Tudo bem ele estar no banco, porque o Matheus Pereira e o Kaio Jorge estão jogando muito, mas ele não entra quando o Cruzeiro está perdendo, quando o Cruzeiro está com dificuldade de ganhar o jogo em casa. Ele entra nos minutos finais e não tem o que fazer. Isso diz muito sobre o Gabriel nos treinamentos. Jardim muda os pontas, bota o Marquinhos, coloca o Matheusinho, e não usa o Gabriel. Ele sempre entra aos 43, 44 minutos. Tudo indica que nos treinamentos ele não consegue convencer o técnico”.
Roger Flores ainda criticou a falta de intensidade do atacante quando entra em campo. “Eu fiz o jogo contra o Santos. O Gabriel entra faltando uns 20 minutos, ele até pega uma bola e dá um passe. Mas a entrega e o comprometimento dele [foram fracos]. O Cruzeiro não conseguia marcar e, com isso, tomou o segundo gol”, disse
“O Gabriel sempre fez isso de participar do jogo. O jeito que ele marcava no time do Jesus, ele não deixava os caras jogarem”, acrescentou o comentarista.
O que Leonardo Jardim disse sobre Gabigol?
Em entrevista após a vitória do Cruzeiro sobre o Internacional (2 a 1), Jardim destacou as qualidades de Gabigol, mas afirmou que não tem conseguido usar os três atletas (Kaio Jorge, Matheus Pereira e Gabigol) ao mesmo tempo sem desequilibrar a equipe.
“O Gabriel é um excelente jogador, é um profissional para louvar, e ele, nesta estrutura que eu jogo, dentro daquilo que são as minhas limitações, eu não consigo encaixá-lo com os outros jogadores ao mesmo tempo. E os dois da frente (Kaio Jorge e Matheus Pereira), como vocês próprios disseram, eles estão fazendo uma temporada extraordinária. E eu sei que às vezes os adeptos falam: ‘É só arranjar um sistema’. Mas eu sou só o Leonardo Jardim, não sou um homem que consigo fazer magias, não é?”.
“Eu sempre que testei um sistema mais ofensivo perdi o equilíbrio da equipe, perdi a capacidade de nos posicionar, perdi os balanços, e perdemos os jogos. Temos uma média de três gols sofridos e um gol marcado”, acrescentou.
Jardim concluiu, com autocrítica, que a situação atual é também resultado de sua “incompetência” em não conseguir escalar todos os jogadores de destaque juntos.
“Eu sei que os torcedores não querem saber de nada disso. Os torcedores querem é ganhar e ver seus ídolos em campo. E, como treinador, às vezes, como já disse, a responsabilidade do Gabriel não jogar é do Kaio e do Matheus e da minha incompetência como treinador de não conseguir colocar todos esses jogadores ao mesmo tempo”.