Ex-jogador do Cruzeiro, Tinga saiu em defesa dos técnicos Abel Braga, do Inter, e Mano Menezes, do Grêmio, após episódios polêmicos. De acordo com o ex-atleta da Raposa, os incidentes isolados não devem definir o caráter dos treinadores ou a imagem dos times gaúchos.
O caso de Mano Menezes ocorreu na vitória do Grêmio sobre o Palmeiras por 3 a 2, em 25 de novembro, quando o técnico fez um gesto obsceno a um torcedor durante a partida. Mano alegou ter sido xingado durante todo o jogo e cobrou respeito.
Tinga defendeu o treinador, criticando a falta de controle emocional dos torcedores.
“Primeiro caso foi o do Mano Menezes, que mostrou o dedo do meio para a galera. No outro dia, ligo o rádio: ‘Poxa, Mano não pode fazer isso, falta de educação’. O cara fica 90 minutos xingando a mãe dele, o pai dele, o tio dele, o irmão dele, aí ele faz isso aqui (dedo do meio), e as pessoas falam que ele xingou toda torcida, que ele não podia porque tem que ter gestão emocional.”
O ex-atleta questionou a cobrança unilateral por equilíbrio: “Ele pode ser xingado por todo mundo e ninguém precisa ter gestão emocional. ‘Ah, mas ele é treinador’. Mas na arquibancada tem vereador, tem doutor, tem médico, tem advogado, eles também não precisam ter controle emocional? Cara, ele não xingou todo mundo, ele xingou o cara que estava xingando ele. Então, tem que ter um pouquinho mais de equilíbrio.”
Tinga defende Abel Braga
Tinga também defendeu o técnico Abel Braga, que fez declaração homofóbica em sua apresentação no Internacional ao dizer: “Não quero meu time treinando de camisa rosa, parece time de viado”.
Após a repercussão negativa, Abel se desculpou publicamente: “Não fiz uma colocação boa sobre a cor rosa durante a minha coletiva. Antes que isso se prolifere, peço desculpas. Cores não definem gêneros. O que define é caráter. O Internacional precisa de paz e muito trabalho.”
Tinga interpretou a declaração de forma diferente. “Abel falou da camisa rosa, que não quer time de viado. Não está falando no sentido de que não gosta disso ou que a camisa rosa (é problema), está falando de responsabilidade, da mesma forma que tem um monte de viado muito mais responsável, mais íntegro, assim como também tem muitos que não são”.
Tinga concluiu: “Então, cara, não está fácil, vamos começar a ver as coisas, tem coisas muito mais importantes na vida, gente passando dificuldade, um monte de coisa aí. Então, pegar essas coisas isoladas do futebol e condenar as pessoas. ‘Ah, que o Mano é isso, que o Abel é aquilo’. A vida é constância, a constância dos caras que vai dizer o que eles são. Então, a gente tem que ter equilíbrio, senão vai ficar difícil”.