CRUZEIRO

Em negociação com Cruzeiro, Tite já disse ter dívida ‘eterna com Atlético’

Treinador gaúcho dirigiu o Galo em 21 partidas em 2005, com quatro vitória, seis empates e 11 derrotas; clube alvinegro foi rebaixado à Série B naquele ano

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Com a saída do técnico Leonardo Jardim, o Cruzeiro está no mercado em busca de um novo comandante. Nas últimas horas, o técnico Tite, que já teve uma passagem pelo futebol mineiro e disse ter uma “dívida eterna com o Atlético”, ganhou força nos bastidores da Raposa.

Em novembro deste ano, Tite anunciou seu retorno ao futebol após um período de sete meses afastado para tratar a saúde mental. Em abril, ele havia recusado uma proposta do Corinthians, clube do qual é um dos maiores ídolos, para se concentrar em sua recuperação.

“Voltei! Cuidei de mim, fiquei com a minha família e estou pronto para retornar às atividades como técnico. Muito obrigado aos que torceram pela minha recuperação, respeitaram meu tempo e me mandaram mensagens, orações e bons pensamentos. Com carinho, um grato abraço a todos,” escreveu o técnico em novembro, em nota publicada via assessoria de imprensa.

Agora, ele está pronto para retornar ao futebol e abriu negociações com o Cruzeiro. O treinador pode voltar ao futebol mineiro depois de 20 anos.

Passagem negativa de Tite pelo Atlético

Tite foi a aposta da diretoria do Atlético para a temporada de 2005, depois de um ano difícil em 2004. Entretanto, ele não conseguiu melhorar o rendimento da equipe, que só venceu quatro das 21 partidas (11 derrotas e seis empates) sob seu comando.

Atlético e Tite - (foto: Jorge Gontijo/Estado de Minas - 03/08/2005)
Protesto da torcida do Atlético no Mineirão contra o técnico Tite(foto: Jorge Gontijo/Estado de Minas – 03/08/2005)

Pressionado pela torcida, o técnico pediu demissão após a derrota por 3 a 1 diante do Goiás, mas aceitou permanecer com a contratação de Carlos Alberto Silva para o cargo de supervisor de futebol. Três dias depois, o Galo chegou a jogar sal grosso nas escadarias do Mineirão, em superstição para tirar o mau olhado, mas nada funcionou. O time de Tite apenas empatou com o lanterna Paysandu por 2 a 2.

Nas arquibancadas, a torcida cantava: “Adeus, Tite”. O resultado culminou com a saída do técnico gaúcho do clube. O Atlético estava na zona de rebaixamento havia 10 rodadas. Após a saída de Tite, Marco Aurélio e Lori Sandri passaram pelo clube e não evitaram o rebaixamento do time para a Série B do Campeonato Brasileiro.

A ‘dívida eterna’ de Tite

Depois da passagem pelo Atlético, Tite emendou bons trabalhos por Inter e Corinthians até chegar à Seleção Brasileira. Ele dirigiu o selecionado nacional nas Copas do Mundo de 2018 e 2022.

Em 2022, quando voltou a Belo Horizonte para um jogo da Seleção Brasileira, disse que tinha dívida com o Atlético em função do rebaixamento.

“Tenho sentimento muito grande (de estar em BH e no Mineirão), fiz grandes amigos na passagem pelo Atlético. Tenho pessoas com admiração especial. Fica um duplo sentimento de não ter feito meu melhor trabalho e insucesso no Atlético. Isso fica no sentimental, com senso de dívida, se pudesse colocar assim. Não de caráter ou conduta, mas de senso de resultado.”

“Eu estava insuficientemente maduro, insuficientemente estudado, habilitado para dirigir o Atlético naquele momento. Nesse contexto todo. Eu era pouco para grandeza do Atlético e não estava formado. Continuo me formando. Desafio diário nosso, até porque se eu soubesse dos erros, eu não cometeria,” acrescentou.

Em 2024, quando dirigia o Flamengo, ele voltou à capital mineira e refletiu sobre o assunto.

“Eu tenho uma dívida eterna (com Atlético), e vou carregá-la comigo para o resto da vida,” afirmou Tite.

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