O Natal, fortemente celebrado em todo o mundo, tem como uma das principais características a troca de presentes. Trata-se de um ritual antigo, consolidado ao longo dos anos como gesto de respeito e fortalecimento de laços – e, claro, estimulado por fatores socioeconômicos. Você, torcedor (a), já levou o costume para o imaginário? Partindo de tal ponto, o No Ataque consultou alguns amantes do futebol para saber o que a torcida do Cruzeiro deseja receber.
Depois de alguns anos de sofrimento, a Raposa voltou a brigar no topo. Mas precisou de tempo para engrenar. A torcida depositou esperança no início da temporada devido às contratações, mas logo precisou lidar com dois baques: as eliminações precoces no Campeonato Mineiro (semifinal) e na Copa Sul-Americana (fase de grupos).
A equipe, então comandada por Leonardo Jardim, organizou-se ao longo do ano. Entrosado, o Cruzeiro protagonizou retomada no cenário nacional ao brigar pelos títulos do Campeonato Brasileiro (terceiro lugar) e da Copa do Brasil (eliminado na semi). Apesar de não ter papado nenhuma taça, a Raposa mostrou que recuperou capacidade competitiva e novamente inflou a esperança da torcida, que, conforme os relatos, não vê a hora de voltar a celebrar um troféu.
O No Ataque conversou com cinco torcedores do Cruzeiro. Um título é praticamente unanimidade, assim como o desejo de jogadores identificados e “raçudos”.
Juarez Souza e Marina Dias
Juarez Souza, aposentado de 68 anos, estendeu à filha, Marina Dias, de 31, a paixão pelo Cruzeiro. Ele economizou na pedida. Lamentou o tropeço contra o Corinthians, na Copa do Brasil, e pediu raça, independentemente do atleta.
“Para este ano, queria o título, né?! Mas não veio. Eu não vou citar nome de jogador, porque fica difícil. Mas que o jogador que vier para o Cruzeiro, que venha para jogar com raça, com determinação. Que na hora em que vestir o manto celeste, dê tudo de si para que faça não sou eu, como a nação azul feliz”, declarou.
Marina, analista de sucesso do cliente, deu contornos críticos ao pedido – porta da saída aberta para jogador e valores acessíveis – e não abriu mão de conquistas.
“Eu quero título, não aguento mais. Fiquei triste com a Copa do Brasil. Observação: Gabigol, tchau, obrigada. E quero descontos nas lojas do Cruzeiro (risos). Quero que o Walace saia também”, disse.
Gustavo Nolasco
Gustavo Nolasco, colunista do Estado de Minas, mencionou a ânsia por um título – o que chamou de “chover no molhado”.
“Seria chover no molhado um cruzeirense desejar título. Que a gente volte a disputar e ganhar. Mas acho que mais do que isso. Depois que tudo que a gente passou, espero que o Cruzeiro se consolide como um time que sempre está nas cabeças. Ganhando ou não, mas sempre disputando e sendo um dos favoritos”, iniciou.
O jornalista, de 49 anos, deu ênfase no que chamou de “recuperação da imagem” e destacou o trabalho de Pedro Lourenço, sócio majoritário de futebol (SAF) da Raposa, à frente do clube
“E, principalmente, que o Cruzeiro consolide a recuperação da imagem, financeira, de planejamento, que já está em curso. Muito mais do que ter ganhado uma Copa do Brasil, o maior título que o Pedrinho deu ao Cruzeiro é ter recuperado o orgulho da torcida e organizado o time por dentro. Isso vale mais que qualquer título que o Cruzeiro poderia ter ganhado em 2025 e que possa ganhar em 2026. Consolidar. É isso que espero em 2026”, finalizou.
Ricardo Elias
Ricardo Elias, de 53 anos, é técnico em macromedição. Ele dedicou as primeiras palavras para relembrar o significado do Natal e aspirar coisas boas aos companheiros cruzeirenses, incluindo conquistas: “Como torcedor do Cruzeiro, desejo que todos sejam felizes no Natal. Cheio de paz, alegrias, saúde. Espero que no ano que vem consigamos alguns títulos para ajudar”.
Depois, focou no elenco celeste. Ricardo avalia que a manutenção do grupo é o melhor caminho para um ano próspero, assim como o investimento em atletas que não sejam considerados ‘medalhões’.
“Queria que o Cruzeiro mantivesse o elenco e não substituísse muito jogador. Jogadores muito caros são ruins para o clube, igual o Gabigol. Mas jogou e, no fim, ainda me erra um pênalti daquele. Não precisa de jogador de nome. É manter o elenco e ter um treinador bom, como o Leonardo Jardim foi. Vamos torcer para dar tudo certo em 2026”, pontuou.
Natália Simões
Natália Simões vive a rotina do clube intensamente. Presidente da Desorganizada Cabulosa, torcida exclusiva à equipe feminina, a médica de 30 anos pediu um nome para cada elenco.
“Primeira coisa que penso são as contratações. Queria o Gerson (volante do Zenit, da Rússia, que desperta o interesse do Cruzeiro) para o (time) de garotos e a Brena (meio-campista do Palmeiras) para o (elenco) de garotas”, pediu.