O nome de Adrián “Maravilla” Martínez desperta lembranças ruins na torcida do Cruzeiro. O motivo? O atacante marcou um dos gols do Racing na vitória por 3 a 1 sobre a Raposa, na final da Copa Sul-Americana de 2024, tornando-se carrasco. Na madrugada deste domingo (28/12), o nome do atleta ganhou destaque na imprensa argentina por ter sido vítima de roubo.
Um grupo de jovens invadiu o complexo de futebol de Martínez por volta de 3h. Imagens publicadas pelo atacante nas redes sociais mostram parte da operação e o momento em que os autores deixam o local com alguns itens.
Na legenda da publicação, Martínez deixou um recado aos responsáveis: “Meninos, infelizmente já sabemos quem vocês são e para onde foram com as coisas. Por favor, devolvam! Não precisamos registrar um boletim de ocorrência nem invadir a casa dos seus pais por causa dos objetos que vocês levaram e da bagunça que fizeram… estamos esperando por vocês”.
Pela declaração, o jogador optou por não abrir um boletim de ocorrência. Talvez pelo passado. Em 2014, o atacante passou seis meses preso em Campana, na Região Metropolitana de Buenos Aires.
Naquele ano, o irmão de Martínez foi hospitalizado após ser baleado. Depois do ocorrido, um grupo de pessoas invadiu a casa do autor dos disparos e a incendiou. Condenado por roubo, incêndio e porte de arma de fogo, o atacante foi para a cadeia como principal acusado. Posteriormente, foi solto, já que a polícia encontrou o verdadeiro responsável.
Tempo de Martínez na prisão
Em entrevista ao Olé, da Argentina, Martínez contou um pouco da vivência na cadeia: “Era como se fosse um banheirinho, dois por dois, onde você levanta, dorme, faz tudo ali. Você não pode sair daquele pequeno quadrado. Um pouco de luz entrava por uma pequena janela com grades. Dali não saía, só quando tinha visita às sextas-feiras. Fiquei preso ali até que me transferiram para um lugar maior”.
O medo era aliado: “Às 7h, os cadeados eram abertos. Você tinha que acordar porque se ficasse dormindo, eles iriam roubar você… Fiquei com medo pela minha vida. Passei por duas ou três situações muito difíceis… Estive prestes a ser esfaqueado”.
Martínez também relatou ter presenciado assassinatos: “Eu vi como as pessoas foram mortas, porque lá eles te matam como se você fosse um nada… Eu vi um morrer: agarraram pelas pernas e levaram embora. É assim. Eles mesmos dizem: ‘Se eu te matar, pego dois anos a mais’. Dizem isso porque pode ser considerado legítima defesa”.
Carreira de Martínez no futebol
Martínez iniciou a carreira como profissional no futebol de forma tardia, aos 23 anos. Antes de se profissionalizar e de enfrentar a justiça, foi coletor de lixo e pedreiro.
Ao longo dos anos, Martínez defendeu Defensores Unidos-ARG, Atalanta-ARG, Sol de America-PAR, Libertado-PAR, Cerro Porteño-PAR, Coritiba, Instituto-ARG e Racing-ARG.
