CRUZEIRO

Cruzeiro tem receita inédita e milionária com venda de jogadoras no ano

Cruzeiro fechou a primeira venda de uma atleta em março, selou outras duas no segundo semestre e deu ao caixa pouco mais de R$ 6 milhões

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Aquecido, o mercado do futebol feminino vive fase de consolidação. Transferências milionárias regem a modalidade e, agora, aparecem como fonte de receita dos clubes. Em 2025, o Cruzeiro se colocou no jogo ao concretizar a primeira venda. Na reta final da temporada, selou outros dois negócios, com valores ainda maiores. Resultado? Lucro inédito, expansão da marca e passos maiores rumo ao objetivo de se tornar autossustentável.

Em março, o Houston Dash, dos Estados Unidos, pagou ao Cruzeiro 170 mil dólares (cerca de R$ 1 milhão na cotação da época) pela jovem volante Rebecca, de 20 anos. Naquele momento, o clube fechou a primeira venda de sua história. Atualmente, a atleta passa por período de empréstimo no Dux Logroño, da Espanha.

Em setembro, ao fim do Campeonato Brasileiro, a Raposa vendeu a lateral-direita Isabela Chagas para o Paris Saint-Germain por um valor superior. O clube francês desembolsou R$ 2 milhões para contar com a defensora, que chegou em Belo Horizonte a custo zero e com vínculo até o fim de 2026.

Agora, o Cruzeiro recebeu algo em torno de R$ 3,1 milhões do América do México por Isa Haas – a segunda maior venda da história do futebol feminino nacional. Zagueira de Seleção Brasileira, a atleta já tinha alto nível de projeção. Em janeiro deste ano, a defensora assinou contrato com o clube estrelado até dezembro de 2027.

Lucro com venda de atletas

São, portanto, pouco mais de R$ 6,1 milhões com vendas de jogadoras, valor inédito para a Raposa (e o principal entre clubes feminino no ano), que se insere cada vez mais no mercado. Tal receita é, segundo Bárbara Fonseca, diretora de futebol feminino do clube, um dos pilares na caminhada para que o departamento se torne autossustentável. Bilheteria e patrocínio também entram na conta.

Técnico da Cabulosas, Jonas Urias destacou os negócios concretizados: “O Cruzeiro está fazendo uma venda milionária, extraordinária, que envia um baita de um recado, da força do futebol feminino, é exemplo, uma ascensão meteórica. Três vendas do clube no ano. Extraordinário”.

A temporada do Cruzeiro em cifras

Investimento

Em 2025, o Cruzeiro trabalhou com investimento de cerca de R$ 15 milhões, um aumento exponencial de mais de 800% em relação a 2019. Patrocinadores também são fontes de receita – seis marcas atendem exclusivamente o futebol feminino, enquanto três são compartilhadas com o masculino.

Pelo vice no Brasileiro, o clube celeste arrecadou R$ 1,5 milhão. Pela participação na Supercopa, a Raposa embolsou R$ 44 mil. Por fim, a participação na terceira fase da Copa do Brasil rendeu R$ 40 mil. A Federação Mineira de Futebol (FMF) não premia com dinheiro o campeão do Campeonato Mineiro.

Lucro com bilheteria

De forma inédita, o Cruzeiro lucrou com bilheteria na Série A1. Somados, os 11 jogos como mandante renderam ao clube estrelado R$ 444.677,63, segundo os borderôs disponibilizados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A Raposa jogou a terceira fase da Copa do Brasil no Castor Cifuentes, em Nova Lima. No único jogo disputado, teve prejuízo de R$ 3.634,28 (renda de R$ 4.845,00 com ingressos e despesas de R$ 8.479,28). O Gregorão, em Contagem, foi a casa das Cabulosas no Campeonato Mineiro. Foram cinco partidas na condição de mandante, que resultaram em receita de R$ 22.828,49.

  • Investimento: cerca de R$ 15 milhões
  • Receita com venda de atletas: R$ 6,1 milhões
  • Receita com bilheteria: R$ 463.871,84

Os números indicam que o clube caminha para, ano após ano, movimentar o caixa com diferentes fontes. A retomada da base, projetada para 2026, tende a potencializar vendas. Em 2028, o departamento de futebol feminino pretende ser autossustentável. Segundo Bárbara Fonseca, tal propósito pode ser adiado, mas não renunciado.

“Valorizar produto, buscar receita, isso está dentro de  um planejamento… Hoje, a gente não é (sustentável). Conta com o cofre do clube como um todo. A receita que entra não paga a temporada. Mas entendendo que a Copa (do Mundo de 2027) pode ser o grande boom para que em 2028 a gente alcance este patamar… São tantas variáveis que é difícil cravar… Se puder antecipar, ótimo. Mas retardar essa entrega, para mim, é inadmissível. Pode ser que aconteça, mas não é dessa forma que queremos trabalhar”, disse a dirigente ao No Ataque.

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