
Fernando Collor de Mello, preso nesta sexta-feira (25/4) após ser condenado por corrupção, tem no futebol uma passagem pouco lembrada, mas decisiva em sua trajetória pública. Muito antes de ocupar o cargo mais alto do Executivo federal, o alagoano foi presidente do CSA, um dos clubes mais tradicionais do Nordeste.
A história começou em 1973, quando Collor tinha apenas 24 anos. Ele assumiu o comando do Azulão em 7 de setembro daquele ano – data simbólica por marcar o aniversário do clube. A eleição foi por aclamação, e ele se tornou o presidente mais jovem da história da agremiação alagoana.
A breve gestão, que durou até 1974, coincidiu com um dos períodos mais significativos da história recente do clube. O CSA foi campeão alagoano e conquistou vaga no Campeonato Brasileiro, após uma série de confrontos contra o rival CRB. Um dos momentos marcantes da gestão foi a homenagem a Garrincha, que vestiu a camisa azulina em um amistoso contra o ASA de Arapiraca.
Collor sempre usou essa passagem como um trunfo em sua construção como gestor. A experiência no comando do CSA foi, inclusive, resgatada por ele em discursos públicos como exemplo de renovação administrativa e espírito de liderança.
A conexão com o futebol seguiu presente em sua trajetória. Quando chegou à Presidência da República em 1990, nomeou Zico, ídolo eterno do Flamengo, como Secretário Nacional de Esportes, numa tentativa de aproximar a gestão do universo popular do futebol.
O envolvimento da família Collor com o CSA também ultrapassou gerações. Em 1999, Arnon de Mello Neto, filho de Fernando Collor, assumiu a presidência do clube.