O árbitro de futebol Gustavo Baggio Ratti registrou Boletim de Ocorrência na Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) em que relata ter sido alvo de intimidações e ameaças durante o jogo-treino entre Figueirense e Barra-SC, nesse sábado (5/4).
As equipes se enfrentaram no Estádio Orlando Scarpelli, em Florianópolis, em preparação para o Campeonato Brasileiro – o Figueirense jogará a Série C, enquanto o Barra-SC disputará a D. Os mandantes venceram por 2 a 0, mas o duelo ficou marcado pelas ameaças ao árbitro.
Em nota publicada nesse domingo (6/4), o Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de Santa Catarina (SiNAFESC) repudiou o caso e relatou algumas das ofensas.
“Durante o intervalo da partida, Gustavo Ratti foi alvo de ofensas verbais, ameaças graves e agressões físicas por parte de membros do clube, com frases como ‘sabemos onde você mora’ e ‘vamos falar com o pessoal do PCC pra ir atrás de você’, além de bolada no rosto e esguichos de água, configurando um episódio covarde e inaceitável”, lê-se.
Gustavo Ratti foi o quarto árbitro da partida entre Caravaggio-SC e Barra-SC, pela última rodada do Campeonato Catarinense, em 22 de fevereiro.
No jogo, o volante Natan, do Barra-SC, marcou gol no último lance. O árbitro central, Bráulio da Silva Machado, validou o tento e encerrou a partida. Contudo, após o apito final, a juiz anulou o gol, e o confronto terminou 0 a 0.
O empate deixou o Barra-SC fora da zona de classificação às quartas de final, enquanto a vitória daria a vaga à equipe. A decisão da arbitragem motivou uma disputa judicial.
Leia a nota
“NOTA DE REPÚDIO
O Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado de Santa Catarina (SiNAFESC) vem a público manifestar seu mais veemente repúdio aos atos de violência e intimidação sofridos pelo árbitro Gustavo Baggio Ratti, durante a realização de jogo-treino envolvendo a equipe do Barra Futebol Clube, ocorrido no dia 5 de abril de 2025, conforme registrado em Boletim de Ocorrência junto à Polícia Militar.
Durante o intervalo da partida, Gustavo Ratti foi alvo de ofensas verbais, ameaças graves e agressões físicas por parte de membros do clube, com frases como “sabemos onde você mora” e “vamos falar com o pessoal do PCC pra ir atrás de você”, além de bolada no rosto e esguichos de água, configurando um episódio covarde e inaceitável.
Por se tratar de um jogo-treino, a conduta dos envolvidos não será objeto da Justiça Desportiva, mas não por isso deixará de ser rigorosamente apurada nas esferas cível e criminal, a quem cabe a responsabilização dos atos cometidos.
O SiNAFESC reafirma que não tolerará qualquer tipo de violência contra os profissionais da arbitragem e exigirá que os agressores sejam identificados e punidos conforme a lei. A integridade física, moral e psicológica dos árbitros precisa ser respeitada em qualquer ambiente esportivo, oficial ou não.
Nos solidarizamos com o árbitro Gustavo Ratti e reforçamos nosso compromisso de prestar todo o apoio necessário, inclusive jurídico e psicológico.
Respeito à arbitragem é respeito ao futebol. A violência não será normalizada.”