Após o episódio envolvendo Pedro e o preparador físico do Flamengo, o técnico Sampaoli se manifestou em suas redes sociais. Ao fim da partida, em que a equipe rubro-negra saiu de campo com a vitória em cima do Atlético por 2 a 1, Pablo Fernández desferiu um soco no rosto do atacante flamenguista.
Para Sampaoli, a violência “não leva a lugar algum”. Ele ainda declarou ter ficado com uma sensação de vazio após o ocorrido. “Ofuscamos uma vitória impressionante com uma disputa interna cujas razões existem, mas neste momento não importam”, afirmou.
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“Eu sou o condutor desta equipe. Me dói muito quando dois colegas de trabalho brigam. Mais do que a violência. Os treinadores não se dedicam apenas à tática e à preparação dos futebolistas. Acima de tudo, trabalhamos para gerir grupos. Tentamos melhorar e cuidar das pessoas”, completou em outro trecho da postagem.
O treinador relatou ainda não ter conseguido dormir pensando em como ajudar Pedro e Pablo. “Sei que vocês dois tiveram uma noite horrível. E que, aconteça o que acontecer, temos a obrigação de nos cuidar. Para nos mudar Para unir. Para ser melhor. E colocar o Flamengo no topo”, finalizou.
Confira a postagem na íntegra:
Não acredito na violência como solução. Isso não nos leva a lugar nenhum. Nem na vida, nem no futebol. Ao longo da minha carreira, vi tantas lutas e elas sempre me deixaram com uma sensação de vazio. O que aconteceu ontem me deixou muito triste. Ofuscamos uma vitória impressionante com uma disputa interna cujas razões existem, mas neste momento não importam.
A história me mostrou que a única solução é a conversa. Mesmo quando errei ou vi o erro dos outros. Eu tenho fé na palavra. Que é uma forma de ter fé no ser humano. Porque a violência nos separa e a conversa nos une.
Quando eu era criança e comecei a jogar futebol, as brigas dentro e fora do campo eram muito comuns. Assim como muitas coisas no mundo mudaram para pior, algumas mudaram para melhor. A violência é menos aceita a cada dia como forma de resolver as coisas. É uma transformação que levará tempo. Não será de um dia para o outro. Todos nós temos o direito de cometer erros. Porque temos a possibilidade de nos transformarmos. Para ser melhor.
Eu sou o condutor desta equipe. Me dói muito quando dois colegas de trabalho brigam. Mais do que a violência. Os treinadores não se dedicam apenas à tática e à preparação dos futebolistas. Acima de tudo, trabalhamos para gerir grupos. Tentamos melhorar e cuidar das pessoas.
Não tenho dormido pensando em como ajudar Pedro e Pablo. Sei que vocês dois tiveram uma noite horrível. E que, aconteça o que acontecer, temos a obrigação de nos cuidar. Para nos mudar Para unir. Para ser melhor. E colocar o Flamengo no topo.
Caso Pedro
O preparador físico do Flamengo, Pablo Fernández, agrediu o atacante Pedro com um soco no vestiário do Independência. A informação foi divulgada inicialmente pelo site ge.globo e confirmada por fontes do clube carioca no estádio.
Fernández teria questionado Pedro após ele não permanecer na área de aquecimento na reta final da partida, assim que Jorge Sampaoli colocou Luiz Araújo e Everton Cebolinha. O centroavante retrucou o profissional da comissão técnica e acabou sendo alvo de conduta violenta ao término do jogo. A agressão causou um ferimento na boca do atleta.
O caso foi parar na polícia. Pedro prestou queixa e foi submetido a exame de corpo de delito. Outros três jogadores do Flamengo depuseram a favor do companheiro de time. Pablo também prestou depoimento e foi liberado em seguida. Ele deve ser punido com um multa.