O Ministério do Esporte, órgão oficial do Governo Federal, emitiu nota oficial apoiando e pedindo rigor à Polícia Federal na operação que investiga envolvimento do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, em manipulação de resultados referentes a apostas esportivas.
Veja nota oficial do órgão do governo
“O Ministério do Esporte acompanha e apoia as recentes investigações envolvendo o atleta Bruno Henrique e reforça seu compromisso com a integridade e transparência no esporte brasileiro. Ações que comprometem a ética esportiva são crimes inaceitáveis e devem ser apuradas com o máximo rigor, em respeito ao público, aos atletas e à credibilidade do esporte.
Defendemos a aplicação da Lei Geral do Esporte em todos os casos de manipulação e irregularidades, assegurando que o resultado das competições reflita apenas o mérito e o esforço dos atletas. Um ambiente esportivo justo e íntegro é essencial para a construção de uma sociedade que valorize o esporte como instrumento de desenvolvimento e cidadania.
O Ministério do Esporte segue à disposição para apoiar medidas que fortaleçam a segurança e a transparência no esporte nacional.”
O que aconteceu
Bruno Henrique é alvo de operação da Polícia Federal que apura “possível manipulação do mercado de cartões”, em jogo entre Flamengo e Santos, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, no dia 1º de novembro de 2023, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. O time carioca perdeu a partida por 2 a 1.
Mais de 50 policiais federais e 6 membros do GAECO/DF cumprem 12 mandados de busca e apreensão. Os nomes dos alvos não foram divulgados, mas o UOL apurou que Bruno Henrique é um deles.
O jogo sob suspeita, como confirmou a reportagem, é entre Flamengo e Santos, no dia 1 de novembro de 2023, pelo Brasileirão. Na partida, disputada em Brasília, Bruno Henrique levou amarelo por falta em Soteldo aos 50 minutos do segundo tempo. O Fla perdia por 2 a 1 e Gerson já havia sido expulso. Ele reclamou muito com o árbitro Rafael Klein e imediatamente foi expulso.
PF foi a diversos endereços ligados a Bruno Henrique
O jogador foi acordado nesta terça-feira pelos agentes da PF, que levaram documentos e eletrônicos. Não há mandados de prisão, no entanto.
A sede de empresa da qual Bruno Henrique é sócio também foi alvo da PF. A reportagem apurou que os agentes realizaram mandado na BH27 Oficial Ltda, empresa cujo nome é formado pelas iniciais do jogador e pelo número que ele usa no Flamengo, e na DR3 – Consultoria Esportiva Ltda.
Instalações do Flamengo também foram alvo da PF. Os agentes estiveram no Ninho do Urubu e na Gávea, sede social. No CT, foram ao quarto do jogador.
Os mandados foram expedidos pela Justiça do Distrito Federal. A operação da PF ocorre nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vespasiano, Lagoa Santa e Ribeirão das Neves – as três últimas ficam na Região Metropolitanao de BH, município onde Bruno Henrique nasceu. A investigação começou a partir de comunicação realizada pela CBF.
“De acordo com relatórios da International Betting Integrity Association (IBIA) e Sportradar, que fazem análise de risco, haveria suspeitas de manipulação do mercado de cartões na partida do Campeonato Brasileiro”, informa a PF, em nota.
No decorrer da investigação, os dados obtidos junto às casas de apostas, por intermédio dos representantes legais indicados pela Secretaria de Prêmios de Apostas do Ministério da Fazenda (SPA/MF), apontaram que as apostas teriam sido efetuadas por parentes do jogador e por outro grupo ainda sob apuração.
“Trata-se, em tese, de crime contra a incerteza do resultado esportivo, que encontra a conduta tipificada na Lei Geral do Esporte, com pena de dois a seis anos de reclusão”, diz o MPRJ.
Outro lado
A assessoria de Bruno Henrique informou que o atleta não vai comentar o caso, por enquanto.
O Flamengo, por sua vez, emitiu nota garantindo “total suporte” ao jogador e informando que ele segue relacionado para a partida desta quarta-feira (6/11), contra o Cruzeiro, no Mineirão, pela 32ª rodada do Brasileiro.