O ex-técnico da ginástica artística Fernando de Carvalho Lopes, condenado por estupro no Brasil em 2022, vive em Portugal há cerca de um ano e meio e trabalha como garçom na cidade de São João da Madeira, a 18km da costa marítima e a três horas de distância de Lisboa, capital. De acordo com o ge, o ex-treinador tem cidadania portuguesa.
Fernando recorre em liberdade da decisão que o condenou em segunda instância a 28 anos de reclusão por estupro de vulnerável contra quatro vítimas. Ele era treinador da Seleção Brasileira de ginástica quando foi afastado do cargo em julho de 2016, um mês antes dos Jogos Olímpicos do Rio, após um menino de 13 anos revelar aos pais os abusos que vinha sofrendo do técnico durante treinamentos.
Segundo a apuração do ge, o passaporte brasileiro de Fernando está vencido desde 2018 e não houve registros oficiais da saída do ex-técnico do país. Ele se mudou para Portugal no fim de 2022, quase um mês depois de ser condenado em primeira instância a 109 anos de prisão por estupro de vulnerável.
O processo chegou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) neste mês e corre em sigilo para proteger a identidade das vítimas.
Desde que se mudou para Portugal, de acordo com a reportagem, Fernando trabalha como garçom em uma pizzaria e é funcionário de uma fábrica de calhas. Além disso, ele comprou um carro na cidade portuguesa.
Situação com a Justiça
Fernando não estava restrito de sair do Brasil. Contudo, mesmo assim, o Ministério Público de São Paulo considerou que o ex-treinador deixou o país na intenção de driblar a Justiça para evitar o cumprimento da pena.
Ainda nesta semana, a ministra Daniela Teixeira indeferiu a decisão do Procurador-Geral de Justiça pela prisão preventiva de Fernando de Carvalho Lopes. Ela argumentou que o ex-técnico ainda não tem sentença penal definitiva e que colaborou com a Justiça até então.
Por fim, há uma intimação para que a defesa de Fernando indique o atual endereço dele em 48 horas, prazo que se expira nesta sexta-feira (28/6).
Em 2018, Fernando de Carvalho Lopes foi banido da ginástica pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).
