ENTREVISTA EXCLUSIVA

Rebeca Andrade decide focar em dois aparelhos: ‘Espero que a equipe não precise de mim’

Por questões físicas, ginasta reforça que não quer voltar a fazer o solo, que lhe rendeu o histórico ouro sobre Simone Biles em Paris 2024
Foto do autor
Foto do autor
Compartilhe

A histórica apresentação em Paris 2024, que rendeu o ouro contra Simone Biles, deverá ter sido a última de Rebeca Andrade no solo. Aos 25 anos, idade considerada avançada para a ginástica artística, e com um histórico de cirurgias no joelho, a brasileira quer focar em dois aparelhos: salto e paralelas.

Em entrevista exclusiva ao No Ataque, Rebeca Andrade disse esperar que a equipe não precise dela nas demais apresentações. A multimedalhista até deixou em aberto a possibilidade de competir na trave, caso haja necessidade. O desejo dela, contudo, é disputar apenas o salto e as paralelas.

“Eu espero muito que a equipe não precise de mim, para que eu possa focar só nos aparelhos que eu gostaria de ser especialista, que são salto e paralela. Se precisasse, eu faria uma trave, mas também não é uma vontade minha”, contou Rebeca, ao NA.

  • Confira a íntegra da entrevista com Rebeca Andrade ao No Ataque nesta sexta-feira (20/9)

Rebeca pode voltar a fazer o solo?

Rebeca Andrade beija medalha conquistada em Paris - (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Rebeca Andrade beija medalha de ouro conquistada em Paris. Foto: Leandro Couri/EM/D.A Press(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Em 5 de agosto, Rebeca Andrade fez história na Arena Bercy, em Paris. A brasileira conseguiu o que parecia impossível, superou a estadunidense Simone Biles e faturou a medalha de ouro do solo nos Jogos Olímpicos.

Ainda durante a Olimpíada, Rebeca avisou: o fim da carreira está se aproximando. E o primeiro passo nesse sentido é justamente abandonar a disputa que lhe rendeu o lugar mais alto do pódio.

O solo exige muito de Rebeca. Fisicamente, a ginasta é quase uma sobrevivente no esporte. Ela passou por cirurgias nos dois joelhos – três delas por conta de duas lesões no ligamento cruzado anterior (LCA), “pesadelo” para atletas de várias modalidades.

Isso explica a decisão da campeã olímpica. Ela, no entanto, não descarta a possibilidade de reviver o solo. Com uma condição: que o corpo dela dê sinais de que é possível.

“No momento, esse ainda é o meu pensamento (não fazer mais o solo). No futuro, se Deus e eu sentirmos que meu corpo melhorou e a equipe precisar, eu faço o solo, claro, mas eu espero não precisar fazer”, disse.

“A gente tem meninas que podem, sim, alcançar um nível muito alto no solo e eu torço muito por elas. Porque é um orgulho gigante poder ver a ginástica crescendo e poder ver novas meninas aparecendo, ganhando espaço no nosso esporte”, completou.

Rebeca Andrade no Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística

A nova versão de Rebeca Andrade deverá ser vista já a partir desta sexta-feira (20/9), quando ela começa a competir no Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística. As classificatórias estão marcadas para 8h, no Ronaldão, ginásio em João Pessoa, capital da Paraíba.

É praxe que todos os atletas sejam inscritos em todos os aparelhos. Contudo, Rebeca definirá em quais competirá no torneio nacional.

Compartilhe