JOGOS OLÍMPICOS

Quem é Arthur Nory, brasileiro da ginástica artística na Olimpíada de Paris 2024?

Maior nome da ginástica artística masculina do Brasil nos últimos anos, Nory tem extenso currículo e quer voltar a medalhar em Paris 2024; conheça ele
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O esporte é parte intrínseca da vida de Arthur Nory desde cedo. Filho de pai judoca e mãe nadadora e professora de educação física, o paulista começou no judô, com apenas seis anos. Mas foi na ginástica artística que ele se encontrou: aos 30 anos, ostenta no currículo medalha olímpica, título mundial, ouro em Jogos Pan-Americanos e várias outras conquistas. Neste sábado (27/7), a partir das 6h, na Arena Bercy, o brasileiro estreia em Paris 2024, a terceira Olimpíada da carreira.

Segundo ginasta mais experiente do Time Brasil na França (atrás apenas de Jade Barbosa, que tem 33 anos), Nory quase ficou de fora da atual edição dos Jogos. A medalha de bronze na etapa de Doha da Copa do Mundo, em abril, foi insuficiente para classificá-lo. Contudo, a Confederação Brasileira de Ginástica decidiu convocá-lo para ocupar a vaga masculina restante – eram duas, e uma já havia sido assegurada na classificação nominal por Diogo Soares.

Protagonista nas barras fixas, Arthur é referência da atual geração da ginástica brasileira e buscará, em Paris, escrever história diferente da última Olimpíada que disputou – em Tóquio 2020, ele chegou rodeado de expectativa, mas acabou não tendo bom desempenho e ficou de fora das finais. Conheça a trajetória do atleta.

A trajetória de Arthur Nory

Aos 10 anos, o pequeno judoca Arthur Nory pediu à mãe, Nadna Oyakawa, para começar a praticar outro esporte: a ginástica. Ela deixou, engajou-se na busca por um lugar onde ele pudesse treinar e, assim que encontrou, o jovem rapidamente mostrou que levava jeito para a atividade. Um ano depois, Arthur já tinha vencido dois troféus juvenis e passado na peneira para treinar no Esporte Clube Pinheiros, um dos mais renomados do Brasil.

Em 2010, com 16 anor, Arthur disputou os Jogos Olímpicos da Juventude de Cingapura e se destacou, batendo na trave na briga pela medalha: ficou em quarto lugar no salto. Nos cinco anos seguintes, ele alcançou as primairas conquistas internacionais: prata no solo na Copa do Mundo de 2013, prata por equipes no Pan-Americano de Toronto 2015, e o ouro na barra fixa da Copa do Mundo do mesmo ano.

Em 2016, veio o que foi, talvez, o momento mais emocionante da carreira de Nory, Com só 22 anos, estreou em Jogos Olímpicos “jogando “em casa”, no Rio de Janeiro e, de forma surpreendente, desbancou favoritos e conquistou a medalha de bronze no solo. Ao alcançar o feito improvável, o paulista de Campinas desabou em prantos de emoção e levou a torcida à loucura. Pela primeira vez, dois ginastas brasileiros subiram ao pódio juntos – na mesma prova, a lenda Diego Hypolito, referência do jovem Arthur, ficou com o prata. No mesmo ano, o atleta de descendência japonesa ainda venceu o ouro no salto sobre cavalo da Copa do Mundo, além do bronze por equipes e do prata no individual geral da mesma competição

Ápice da carreira

Nos anos seguintes, apesar de sucessivas lesões, o atleta se consolidou como grande nome da ginástica mundial. Em 2017, conquistou o bronze no solo da Copa do Mundo e, em 2019, chegou ao ápice da carreira: faturou a medalha de ouro por equipes no Pan de Lima, além da prata na barra fixa e no individual geral, e, pouco depois, cravou de vez o nome na história ao vencer o título do Campeonato Mundial na barra fixa, aparelho no qual tornou-se especialista. Foi a primeira vez que um brasileiro alcançou o feito, que o credenciou a ser eleito o atleta masculino do ano no Prêmio Brasil Olímpico.

Arthur Nory venceu medalha de ouro inédita para o Brasil na barra fixa do Campeonato Mundial de 2019 - (foto: Divulgação/CBG)
Arthur Nory venceu medalha de ouro inédita para o Brasil na barra fixa do Campeonato Mundial de 2019(foto: Divulgação/CBG)

Decepção e caso de racismo

Na segunda Olimpíada da carreira, em Tóquio 2020 (disputada em 2021), Nory não foi tão bem como o esperado: favorito a medalha, ele não fez boa apresentação na barra fixa, aparelho que domina, escorregou e caiu sentado no solo e também foi mal no salto. Assim, não se classificou para a final em nenhuma das categorias, e prejudicou o Time Brasil na briga pela ida à decisão por equipes. Após o fim da participação, o paulista admitiu que disputou as provas sob forte pressão pela repercussão do caso de racismo protagonizado por ele contra o ex-colega de equipe Ângelo Assumpção, que relatou o episódio em 2015.

Últimos anos

Apesar da frustração no Japão, Arthur Nory continuou empilhando conquistas nos anos seguintes – em 2022, conquistou bronze na barra fixa da Copa do Mundo, no ano seguinte, a prata, e, em 2024, nas últimas etapas da competição antes da Olimpíada, faturou a prata e o bronze no aparelho em que é especialista. Em 2023, o paulista deu show no Pan-Americano de Santiago, conquistando quatro medalhas: uma de bronze (equipes), duas de prata (solo e salto) e uma de ouro (barra fixa).

Arthur Nory

  • Nome: Arthur Nory Oyakawa Mariano
  • Modalidade: Ginástica artística
  • Data de nascimento: 18 de setembro de 1993
  • Local de nascimento: Campinas-SP
  • Olimpíadas anteriores: Rio 2016 e Tóquio 2020 (disputada em 2021)
  • Principais conquistas: Medalha de ouro no Campeonato Mundial de 2019 (barra fixa), ouro no Pan de Lima 2019 (equipes) e no Pan de Santiago 2023 (barra fixa), ouro nas Copa do Mundo de 2015 (barra fuxa) e 2016 (salto sobre cavalo), prata no Pan de Lima 2019 (individual geral e barra fixa) e no Pan de 2023 (equipes e barra fixa), prata nas Copas do Mundo de 2013 (solo), 2016 (individual geral), 2023 (barra fixa) e 2024 (barra fixa), bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (solo), bronze no Pan de Santiago 2023 (equipes), bronze nas Copas do Mundo de 2016 (equipes), 2022 (barra fixa) e 2024 (barra fixa)

Arthur Nory em Paris 2024

27/7

  • 6h: Classificatória – Subdivisão 1
  • 10h30: Classificatória – Subdivisão 2
  • 15h: Classificatória – Subdivisão 3

31/7

  • 12h30: Final do individual geral (caso se classifique)

3/8

  • 10h30: Final do solo masculino
  • 12h10: Final do cavalo com alças masculino

4/8

  • 10h: Final das argolas masculino
  • 11h25: Final do salto masculino

5/8

  • 6h45: Final das barras paralelas
  • 8h31: Final da barra fixa
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