A maior atleta da história da ginástica brasileira? Para muitos, a paulista Receba Andrade, de 25 anos, já ocupa o posto. Medalhista de ouro e de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 – disputados em 2021 -, ela chega a Paris 2024 como grande favorita ao pódio. A estreia da ginasta será neste domingo (28/7), a partir das 16h10, na Arena Bercy.
Nesta Olimpíada, no entanto, Rebeca terá um obstáculo a mais: a presença da lenda estadunidense Simone Biles, que era favorita ao ouro no Japão, mas abdicou da maioria das finais que disputaria. Com sete medalhas em duas participações olímpicas, a norte-americana ponto a ponto com a brasileira, que terá de subir o nível para vencer mais um ouro.
Para isso, Andrade prepara salto inédito, que jamais foi feito em competições oficiais de ginástica artística: o Triplo Twist Wurshenko, com alto grau (6,0) de dificuldade. Caso consiga realizá-lo em Paris, a carioca será imortalizada de vez na história do esporte, pois o salto será batizado com o nome dela.
Conheça a história de Rebeca Andrade
Nascida em Guarulhos, Região Metropolitana de São Paulo, Rebeca teve infãncia difícil. Ela era a mais nova de oito irmãos, criados por mãe solteira, que trabalhava de faxineira para sustentá-los. Para ir aos treinos, no início, a ginasta percorria duas horas a pé ao lado do irmão mais velho.
Rebeca Andrade iniciou cedo a trajetória na ginástica, com apenas quatro anos, graças a projeto social organizado pela prefeitura de Guarulhos. Não demorou para que ela impressionasse a treinadora Mônica dos Anjos, que a apelidou de “Daianinha de Garulhos”, alusão a Daiane dos Santos, ex-ginasta brasileira que conquistou oito ouros em Copas do Mundo.
Aos 13 anos, em 2012, a paulista atraiu atenção nacional pela primeira vez ao vencer o Troféu Brasil de ginástica artística, desbancando atlets experientes como Jade Barbosa e Daniele Hypolito. No mesmo ano, ela venceu dois ouros no Sul-Americano Juvenil – em 2013, ela faturou mais três ouros na competição e, em 2014, três ouros no Campeonato Pan-Americano.
Nos primeiros anos como profissional, Rebeca sofreu com três lesões consecutivas no ligamento cruzado do joelho direito – em 2015, 2017 e 2018. Mesmo assim, nos períodos em que esteve saudável, assegurou várias conquistas: um bronze e uma prata na Copa do Mundo em 2015, um bronze e quatro pratas em 2016, três ouros em 2017 e dois ouros e duas pratas em 2018.
Primeira Olimpíada
A primeira Olimpíada de Andrade foi no Rio de Janeiro, em 2016. No torneio, ela competiu na categoria de individual geral – ficou em 11º, sem lugar na final – e na de equipes – chegou à final, mas terminou em oitavo. O brilho mesmo viria em Tóquio.
Brilho em Tóquio
Totalmente recuperada das lesões que atrapalharam o início da carreira, Rebeca fez história nos Jogos do Japão. Faturou a medalha de ouro no salto e a de prata no individual geral, quebrando vários recordes: tornou-se a primeira atleta do Brasil e a primeira mulher latino-americana a conquistar medalha em Jogos Olímpicos na ginástica artística e foi a primeira brasileira a ganhar duas medalhas em uma única edição de Olimpíada.
Depois de Tóquio, Andrade seguiu brilhando: conquistou três medalhas de ouro, quatro de prata e duas de bronze somando os Campeonatos Mundiais de 2021, 2022, 2023, faturou dois ouros e uma prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, e venceu duas pratas em etapas da Copa do Mundo. Para dar seguimenro à grande fase, Rebeca promete brigar em alto nível por mais medalhas em Paris 2024.
Rebeca Andrade
- Nome: Rebeca Rodrigues de Andrade
- Modalidade: Ginástica artística
- Data de nascimento: 8 de maio de 1992
- Local de nascimento: Guarulhos-SP
- Olimpíadas anteriores: Rio 2016 e Tóquio 2020 (disputada em 2021)
- Principais conquistas: Medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (salto), prata em Tóquio 2020 (individual geral), ouro nos Campeonatos Mundiais de 2021 (salto), 2022 (individual geral) e 2023 (salto), ouro no Pan de Santiago 2023 (salto e trave), prata nos Mundiais de 2021 (barras assimétricas) e 2023 (solo, por equipe e individual geral), prata no Pan de Santiago 2023 (por equipe e barras assimétricas), bronze nos Mundiais de 2022 (solo) e 2023 (trave), ouro nas Copas do Mundo de 2017 (salto, em duas etapas, e barras assimétricas), 2018 (salto e trave), 2019 (equipe), 2021 (barras assimétricas), prata nas Copas do Mundo de 2015 (salto), 2016 (barras assimétricas, em duas etapas, solo e trave), 2018 (barras assimétricas), 2022 (barras assimétricas), 29023 (barras assimétricas) e 2024 (barras assimétricas), bronze nas Copas do Mundo de 2015 (barras assimétricas), 2016 (trave) e 2021 (trave)
Rebeca Andrade em Paris 2024
28 de julho
- 16h10: Classificatória feminina
30 de julho
- 13h15: Final por equipes
1º de agosto
- 13h15: Final do individual geral
3 de agosto
- 11h20: Final do salto
4 de agosto
- 10h40: Final das barras assimétricas
5 de agosto
- 7h30: Final da trave
- 9h20: Final do solo