A principal rivalidade da ginástica artística feminina é entre Rebeca Andrade e Simone Biles, que ficaram com a prata e o ouro, respectivamente, no individual geral da Olimpíada de Paris. A disputa entre elas em território francês ainda não acabou, e novos capítulos serão escritos no próximo dia.
Além do individual geral, a brasileira e a estadunidense também disputaram a decisão por equipes – na qual os EUA de Biles ficou com o ouro, e o Brasil de Rebeca com o bronze. Agora, elas se encontrarão nas competições individuais do salto, trave e solo – que ocorrerem entre sábado (3/8) e segunda-feira (5/8).
Quando Rebeca Andrade e Simone Biles vão se enfrentar novamente?
- Salto – 3/8 (sábado), às 11h20
- Trave – 5/7 (segunda-feira), às 7h38
- Solo – 5/8 (segunda-feira), às 9h23
Em qual prova Rebeca Andrade tem mais chance de vencer Simone Biles?
Em todas as decisões restantes, Simone Biles é cotada como favorita ao ouro, enquanto Rebeca Andrade é a principal candidata ao prata. Contudo, em uma das categorias, a brasileira tem mais chance de surpreender e vencer a atleta norte-americana: o salto. Ainda assim, ela terá que contar com um erro de Simone.
Entenda por que
A categoria em que Rebeca costuma se sair melhor é o salto. Foi nela que a brasileira conquistou o único ouro olímpico da carreira, em Tóquio 2020 – na ocasião, Biles abdicou de disputar a final para priorizar a saúde mental.
Na final do individual geral, nesta quinta (1º/8), a brasileira ganhou nota 15.100 pelo salto que fez. Simone, por sua vez, recebeu 15.776. Essa diferença se deve ao grau de dificuldade maior do movimento escolhido pela estadunidense – 6.40, contra 5.60 de Rebeca. No fator execução, as notas das duas foram parecidas: 9.50 para a paulista, 9.366 para a norte-americana.
Vale lembrar que a nota geral é resultado da soma entre os fatores dificuldade e execução.
Rebeca tem trunfo, mas dependerá de erro de Biles
Para a final do salto, Rebeca tem trunfo: o salto Triplo Twist Yurshenko (TTY), de dificuldade 6.0, de acordo com a Federação Internacional de Ginástica (FIG).
O movimento nunca foi realizado numa competição internacional. Caso a brasileira tente fazê-lo e consiga completá-lo, ele será batizado com o nome dela.
No entanto, o técnico de Rebeca, Chico Porath, o Xico, deixou claro que, mesmo aumentando a dificuldade do salto, ela só conseguirá vencer o ouro se Biles errar a execução do movimento.
“Agora não tem estratégia nenhuma, com a média que a Biles faz, só vai acontecer (de a Rebeca ganhar) se for como no Mundial, se a Biles poder errar. Ela (Biles) está saltando cada vez melhor”.
Por que?
Apesar da complexidade do TTY, ele não será suficiente para vencer Biles se a estadunidense executar com perfeição o salto batizado por ela, o Biles II. Isso devido ao nível de dificuldade de ambos.
O Comitê Técnico da Federação Internacional de Ginástica (FIG) analisou o salto como grau 6 de dificuldade. Enquanto isso, o Biles II é nível 6,4. Visto que o limite da nota de execução é 10 e levando em conta que as duas acertem os saltos, Rebeca ficaria 0,4 atrás. Portanto, precisaria contar com o desconto desses décimos justamente na execução da estadunidense.